A falta de "autoridade e iniciativa" administrativa do coronel Eduardo Antônio Carcavallo Filho, que teria provocado os problemas que culminaram com a pane elétrica no Cindacta-4 na madrugada do dia 21 de julho, derrubou o militar do comando do órgão. Além da saída do comando, fica parada sua ascensão à patente de brigadeiro. A demissão de Carcavallo foi publicada nesta quinta-feira (2) no Diário Oficial e, segundo a assessoria do Cindacta-4 em Manaus a demissão foi uma "mera troca administrativa". O substituto será o também coronel Carlos Eurico Peclat dos Santos. A transmissão do cargo deve ocorrer nas próximas semanas segundo a Aeronáutica.
Segundo fontes da Aeronáutica, a saída de Carcavallo foi decidida no fim de semana pelo comandante da Aeronáutica, Juniti Saito. Carcavallo estava prestes a ser promovido a brigadeiro, mas, para seus superiores, não teve "autoridade e iniciativa" para evitar o problema da pane, atribuída a "erros na manutenção das instalações elétricas". A pane e Carcavallo agora são alvos de sindicância interna. Naquele dia, aviões que faziam vôos internacionais retornaram a seus aeroportos de origem por estarem sem orientação das torres do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, em Manaus.
Desde o desastre que matou 154 pessoas no ano passado, na colisão de um Boeing da Gol com um jato Legacy, três comandantes dos Cindactas do País já perderam o cargo. O primeiro foi o coronel Lúcio Nei Rivera, comandante do Cindacta-1, em Brasília. O segundo a sair foi o substituto de Rivera, o coronel Carlos Vuyk de Aquino. Ainda na publicação do Diário Oficial da União, junto ao comunicado de afastamento de Carcavallo foi anunciada a dispensa da licitação para serviços de manutenção de um dos sistemas de radar do Cindacta-2, o ASR-7/TPX42A. A dispensa foi assinada no dia 25 de julho, após a pane, pelo coronel afastado e justifica a dispensa da licitação do serviço, que custará R$ 51 mil, por ser similar a outro serviço feito pela mesma empresa especializada.