O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) inaugurou nesta quarta-feira, 7, o núcleo de apoio técnico e de mediação (NAT) para atuar em ações movidas contra planos de saúde. Desde o anúncio de sua criação, em abril, serviço tem gerado polêmicas por ser composto exclusivamente por representantes das operadoras de saúde.

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Segundo o TJ-SP, o NAT terá 24 horas para analisar e propor uma solução aos pedidos liminares que chegarem às varas do Fórum João Mendes, na capital paulista, onde o projeto foi implantado. O tribunal afirma que o núcleo tem como objetivo promover a conciliação entre as partes e acelerar a resolução dos casos.

Para Marco Antonio Araújo Junior, presidente da comissão de defesa do consumidor da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção São Paulo (OAB-SP), o núcleo deveria contar também com representantes dos clientes dos planos. “Não somos contra o núcleo, mas questionamos o fato de a proposta de concilação ser feita por uma única parte interessada, que é a operadora”, diz ele. De acordo com Araújo Junior, a OAB-SP não descarta entrar com uma ação contra o serviço. “Vamos entender melhor como vai funcionar o NAT e analisar se o formato atual dele é constitucional.”

A decisão de encaminhar a liminar para análise do NAT ficará a cargo de cada juiz, mas nem todos os magistrados são favoráveis ao projeto. Presidente da Associação Juízes para a Democracia, André Augusto Salvador Bezerra afirma que a instituição é contrária à atuação do núcleo no formato em que ele foi composto. “Se existem tantas ações judiciais contra os planos, alguma coisa está errada e é isso que deve ser discutido. Por que as operadoras não tentam essa conciliação antes de entrar na esfera judicial?”, diz ele.

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Membro do comitê estadual de saúde do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o juiz João Baptista Galhardo Junior afirma que o NAT poderá contar com a participação de qualquer outra instituição interessada em colaborar no processo de conciliação. “Estamos abertos à participação de outros órgãos de forma permanente na elaboração das propostas de conciliação, inclusive órgãos de defesa do direito do consumidor. Estamos ainda buscando parcerias com universidades para a elaboração de pareceres técnicos que possam embasar as decisões dos juízes”, diz ele.