Os cinco hospitais da rede municipal de São Paulo apontados como referência no atendimento a vítimas do trânsito registraram diminuição de 32,2% no número de acidentados em julho deste ano, em comparação com o mesmo mês de 2007 – em 29 dias de julho do ano passado, foram 1.238 atendimentos, ante 839 no mesmo período deste ano. A estimativa da Secretaria da Saúde é de que a redução nas internações nos 17 hospitais municipais, após a lei seca, tenha representado economia de R$ 2,5 milhões para a Prefeitura.
Caso a tendência continue em baixa, até o final do ano, a economia será de cerca de R$ 12,5 milhões – o suficiente para construir 12 unidades de Assistências Médicas Ambulatoriais (AMAs). “Mas não devemos ver o assunto como queda em números. O fato é que foram 399 pessoas a menos que morreram na cidade”, disse o coordenador de Gerência Hospitalar da Secretaria, Paulo Kron.
Na comparação entre períodos de 2007 e 2008, considerando quatro hospitais que enviaram estatísticas dos atendimentos – Ermelino Matarazzo, São Miguel Paulista e Tatuapé, na zona leste, e Jabaquara, na zona sul -, a tendência é de que a queda continue. No período de 19 de maio a 19 de junho de 2008 ante o mesmo período de 2007, houve queda de 5,9%; entre 20 de junho (data de vigência da lei neste ano) e 20 de julho, passou para 16,11%; entre os dias 1º e 29 de julho, de 2007 e de 2008, a redução nos quatro hospitais chegou a 27,9%. O Hospital de Campo Limpo enviou somente estatísticas do mês de julho de 2007 e 2008.
“A redução geral, de um terço no número de acidentados, é coerente com nossas expectativas, pois fica próximo dos 30% de acidentes que estimamos que envolvam álcool e direção”, disse o diretor-científico da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego, Jorge Montal.
Em alguns casos, porém, os números de 2008 são maiores que os de 2007, como no Hospital Municipal Professor Alípio Correa Netto, em Ermelino Matarazzo. Na comparação entre os meses de julho de 2007 e de 2008, o número de atendimentos subiu 6% (de 198 para 210). Mas a tendência de alta no número de atendimentos verificada entre 19 de maio e 19 de junho de 2007 e de 2008 – de 28,68% (251 acidentes em 2007 e 323 em 2008) – apresentou redução.
“É difícil fazer um diagnóstico preciso. Mas, se o número de acidentados continua crescendo, pode-se dizer que as pessoas das redondezas bebem mais ou que a fiscalização não está sendo tão efetiva”, afirma o diretor interino do hospital de Ermelino, Rogério Caldeira. “A alta nos atendimentos começou a cair após a lei. Aliviou o pronto-socorro.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.