A onda de violência no Espírito Santo após a falta de policiamento alterou a rotina de moradores de cidades do Estado, que relatam episódios de roubos e assaltos. Ao menos parte do comércio fechou. Pacientes desmarcaram consultas médicas com receio de saírem às ruas. Uma academia de Vitória enviou mensagens na madrugada a frequentadores avisando que não funcionaria nesta segunda-feira, 6, por causa do aumento da violência.

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A dona de casa Marileia Souza, moradora de Serra, na Grande Vitória, a maior cidade do Estado, com cerca de 500 mil habitantes, afirmou ter recebido ligações de amigos sugerindo que não saísse de casa pela falta de policiamento.

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“Só de chegar na porta já dá para perceber que há problemas. A cidade está parada. É complicado. Com os guardas nas ruas a situação já está difícil, imagina sem”, disse Marileia. Ela afirmou que pretende seguir o conselho dos amigos de não sair às ruas nesta segunda-feira, dia 6.

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Uma funcionária de consultório médico localizado na Praia do Canto, zona nobre de Vitória, declarou que houve vários assaltos e que escolas e bancos não abriram na região.

“Aqui na frente costuma ter trânsito intenso. Hoje, não tem nada. Muitos pacientes ligaram desmarcando consultas”, disse a funcionária, que preferiu não se identificar. “Acordei hoje por volta das 4 horas com o pessoal da academia em que faço ginástica dizendo que não funcionaria hoje, por causa da violência.”

A funcionária do consultório afirmou ter recebido pelo WhatsApp fotos de corpos de pessoas que teriam sido mortas na cidade durante a onda de violência. Porém, até o momento, não há confirmação da Secretaria de Segurança Pública do Espírito Santo de quantas ocorrências nesse sentido foram registradas.

O responsável pela pasta, André Garcia, em entrevista na manhã desta segunda-feira à Rádio Estadão, no entanto, afirmou ter aumentado o número de homicídios no Estado nos últimos dias, de modo a afetar a queda nesse tipo de crime que vinha sendo registrada nos últimos anos.

Também funcionária de consultório médico, na Enseada do Suá, Taianara Oliveira afirmou que a cidade teve, nos últimos dias, assaltos a shopping centers e número elevado de roubos de carros.

Já o dentista Paulo Sérgio Curto de Oliveira, do bairro Santa Lúcia, relatou ter visto lojas fechadas e disse que o trânsito na região em que trabalha está menos movimentado do que o normal. Porém, afirmou que não pretende deixar de trabalhar. “Não podemos nos apegar a isso.”