O presidente Luís Inácio Lula da Silva, os governadores Roberto Requião, do Paraná, e André Pucinelli, do Mato Grosso do Sul, e o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli de Azevedo, assinaram nesta quinta-feira (20), no Parque Tecnológico da Itaipu Binacional, em Foz do Iguaçu, termo de cooperação para a criação de um grupo de trabalho que vai desenvolver estudos para a construção do alcoolduto entre Campo Grande (MS) e o Porto de Paranaguá.
A obra faz parte do PAC ? Plano de Aceleração do Crescimento e seu traçado básico contemplará as cidades de Campo Grande e Batagussú, no Mato Grosso do Sul, e Maringá e Londrina, no Paraná. O alcoolduto, com cerca de 920 quilômetros de extensão, tem sua conclusão prevista para 2010 e o objetivo principal é escoar a produção de etanol dos dois estados para o mercado de exportação.
O governador Roberto Requião propôs que a obra seja construída embaixo das linhas de transmissão de energia elétrica da Copel. ?Essa idéia vem sendo amadurecida há algum tempo e conta com o entusiasmo da nossa Alcoopar e do Sindicato dos Produtores de Álcool do Mato Grosso do Sul, com o apoio de grupos privados, como a Brasilinvest, do empresário Mário Garneiro?, afirmou.
Segundo Requião, a Copel pode até participar com algum recurso na implantação do projeto. ?Mas isto será decidido no andamento do planejamento e no fechamento deste processo?. E disse que novas técnicas e materiais podem viabilizar a construção do alcoolduto a preços razoáveis. ?O alcoolduto será construído em ferro ou aço e, em alguns trechos menos tensos ou elevados, podem ser substituídos por um material plástico?, explicou.
Lula defendeu investimentos como o alcooduto para tornar o produto brasileiro mais competitivo. O governo federal pretende construir dois dutos, o outro ligará o Mato Grosso a São Paulo. Juntos eles poderão gerar 10 mil empregos. O custo das duas obras será de cerca de R$ 2 bilhões. No caso do Paraná, segundo maior produtor de açúcar e álcool do País, o duto é importante para que o estado consolide a condição de grande exportador de etanol até 2010.
O segmento sucroalcooleiro é hoje um dos principais pilares da economia estadual, mas por questões geográficas e climáticas, está concentrada nas regiões Norte e Noroeste do Paraná.
O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, revelou que o grupo de estudo formado através do termo de cooperação técnica assinado por Lula, Requião e André Puccinelli terá 90 dias para definir o traçado e o potencial de fornecimento de álcool dos estados do Paraná e Mato Grosso do Sul. ?A partir daí vamos definir o detalhamento dos projetos, para o início das obras?, disse.
Gabrielli reconheceu a importância do álcool na matriz energética do país, mas disse que não acredita em mudança na planta energética, porque o volume de álcool produzido ainda é insignificante. ?Quanto ao alcooduto, trata-se de um empreendimento importante, porque reduz os custos totais de transporte e aumenta a possibilidade de exportação do Brasil?, afirmou.
O governador do Mato Grosso do Sul, André Puccinelli, frisou que seu estado é atualmente o 5º maior produtor de álcool do país, mas com potencial para ser o segundo no ranking até 2015, por conta das usinas que estão se instalando no estado.