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Codesp: projeto de ponte Santos-Guarujá atende mais fluxo logístico do que urbano

O projeto para construir uma ponte para ligar a região de Santos e Guarujá seria uma solução mais logística do que necessariamente urbana, afirmou a diretora de infraestrutura da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), Jennyfer Tsai.

“Ela atende muito mais a um fluxo logístico do que urbano. Ele está conectado ao sistema Anchieta-Imigrantes. E não vem resolver um problema de mobilidade de quem trabalha em Santos e mora em Guarujá”, afirmou.

Em apresentação na Fiesp, Jennyfer apresentou um novo projeto de ligação seca por meio do túnel, com redução de custos. Segundo a diretora, o projeto anterior estava custeado na casa dos R$ 3,2 bilhões, contra os R$ 2,9 bilhões do projeto da ponte. “Viemos com a solução de um túnel otimizado, ao custo de R$2,5 bilhões (por meio de redução sobretudo nas desapropriações) com ligações perimetrais (com projeto ainda em andamento) no valor de R$ 1 bilhão”, afirmou. “Se a dificuldade fosse meramente financeira, podemos destacar técnicos. A gente quer tirar o projeto do papel e identificar o que pode ser otimizado”.

Jennyfer disse que muito se fala que as balsas em operação prejudicariam a atividade do porto, o que não seria verdade. “A balsa aguarda o momento em que não tem nenhuma embarcação de grande porte para atravessar. Então, a ponte não resolve esse problema. Isso traz fila na balsa. O problema da fila não é questão de manutenção. As balsas precisam esperar os navios atravessarem para passar pelo canal”, destacou.

De acordo com o diretor executivo de concessões estaduais da Ecovias, Rui Juarez Klein, o projeto da ponte não exclui todas as propostas que já foram feitas. “Meu papel é mostrar que a ponte precisa ser desmitificada”, defendeu.

Ele acrescentou que o ideal seria que os dois projetos fossem construídos, mas defendeu que a empresa tem restrições jurídicas, com abrangência apenas em melhorias que cabem ao sistema Anchieta-Imigrantes.

“As manobras que ocorrem por baixo da ponte respeitam as estruturas já existentes e futuras. A ponte só se harmoniza a essas restrições”, disse, ao responder questionamentos de riscos diante da instalação da estrutura.

A Fiesp promoveu um workshop nesta terça-feira, 10, para discutir a melhor opção de ligação seca entre Santos e Guarujá. O Governo do Estado de São Paulo, na gestão anterior, fez a opção pelo túnel. Já nesta gestão, fez-se a opção pela ponte. A possibilidade de a instalação de um limitador artificial no maior porto da América Latina tem preocupado o setor, uma vez que os navios estão cada vez maiores e a ponte pode dificultar o trânsito das embarcações.

A ponte projetada pela Ecovias, que é a concessionária do Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI), principal ligação entre a região metropolitana de São Paulo e o Porto de Santos, terá 7,5 quilômetros de extensão entre Santos e Guarujá. O custo previsto da obra é de R$ 2,9 bilhões. Em troca, o governo estenderia o contrato de concessão da Ecovias, que vigora até 2026.

A empreitada da gestão de João Doria de fazer uma ligação seca – atualmente o trajeto pode ser feito por balsas – está longe de ser uma briga nova. Há mais de 90 anos diversos governos tentaram avançar com o projeto, mas sem sucesso.

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