O candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, obteve 65,1% dos votos válidos na pesquisa de intenções de votos feita pelo instituto Sensus, entre os dias 22 de outubro e 24 de outubro, para a Confederação Nacional do Transporte (CNT) e divulgada há pouco. O candidato presidencial do PSDB, José Serra, conseguiu 34,9% dos votos válidos.
Na pesquisa anterior, realizada pelo mesmo instituto nos dias 14, 15 e 16 deste mês, Lula aparecia com 65,8% dos votos válidos, e Serra, com 34,2% dos votos válidos. Na sondagem concluída hoje, foram ouvidas 2.000 pessoas em 195 municípios do País, e a margem de erro do levantamento é de 3 pontos porcentuais para mais ou para menos.
Lula alcançou 57,8% das intenções totais de voto na pesquisa, enquanto Serra teve 31%. Indecisos, brancos e nulos somaram 11 4%. Na sondagem anterior do Sensus, Lula tinha 59,3% das intenções totais de votos, e Serra, 30,8%; e a soma de indecisos brancos e nulos era de 10%.
Na apuração de intenção de voto espontânea, em que não é apresentada ao entrevistado nenhuma lista de candidatos, Lula teve 56,6%, e Serra, 27,6%. Dos 2.000 entrevistados, 0,3% citou outros nomes, e 15,6% ou se declararam indecisos ou pela anulação ou abstenção. “As oscilações da pesquisa estão dentro da margem de erro. Para o Sensus e a CNT, do ponto de vista técnico, a eleição está decidida”, disse o presidente da CNT e vice-governador eleito de Minas Gerais, Clésio Andrade (PFL).
Apesar da vantagem de Lula ter sido de 30,2 pontos porcentuais sobre Serra, na apuração de votos válidos na pesquisa CNT-Sensus a vantagem do petista é bem maior em outro tópico da mesma sondagem. Quando os pesquisadores do Sensus perguntaram aos entrevistados para dizerem, independentemente de escolha de cada um, quem vencerá a eleição, 80,2% responderam Lula, e apenas 10,1% mencionaram Serra.
Rejeição
Lula e Serra mantiveram praticamente os mesmos níveis de rejeição na pesquisa CNT/Sensus, em comparação com igual levantamento feito entre 14 e 16 deste mês. De acordo com os dados divulgados há pouco pela CNT, Lula tem uma rejeição de 27,8%, enquanto a de Serra atinge 50,6%. Na pesquisa realizada entre 14 e 16 de outubro, Lula tinha 28% de rejeição e Serra, 52%.
Transferência
O potencial de transferência de votos do presidente Fernando Henrique Cardoso na pesquisa deste mês do instituto Sensus para a CNT manteve-se praticamente no mesmo patamar da pesquisa feita em setembro. Dos 2.000 entrevistados, 42,3% admitiram que poderiam votar ou que só votariam em um candidato indicado ou apoiado pelo presidente. Neste universo de 42,3%, 15,5% afirmaram que só votariam em um candidato por Fernando Henrique, e os 26,8% restantes disseram que poderiam votar num candidato apoiado ou indicado pelo presidente.
A pesquisa mostra que 53,7% dos entrevistados afirmaram que não votariam em um candidato apoiado ou indicado por Fernando Henrique. Em setembro, o total de entrevistados que não votariam em um candidato apoiado pelo presidente era também de 53,7%. Já os que poderiam ou só votariam em um candidato de Fernando Henrique eram 40,6%, sendo 7,6% que só votariam no candidato de FHC, e 33% admitindo a possibilidade de votar no candidato do presidente.
O governo Fernando Henrique foi avaliado como “ótimo/bom” (positivo) por 24,3% dos entrevistados. Para 38,6% dos entrevistados, o governo Fernando Henrique é “regular”, e para 34,4%, é “ruim/péssimo” (negativo). Na pesquisa, 25,2% avaliaram como “ótimo/bom” o governo, enquanto 37,7% o consideraram “regular”, e 33,8%, “ruim/péssimo”.
Emprego
O aumento da oferta de empregos é apontado por 56,9% dos entrevistados como mais importante programa a ser adotado pelo futuro governo federal. O controle da inflação é indicado por 23,7% dos entrevistados como a tarefa mais importante do próximo governo.
A pesquisa identificou, ainda, que as reformas política e agrária são as duas mudanças estruturais mais esperadas pelo eleitorado. De acordo com a pesquisa CNT/Sensus, 27,5% acreditam que a reforma política é o item mais importante da pauta de reformas estruturais do próximo governo, enquanto 23,5% priorizam a reforma agrária. A reforma tributária é citada apenas por 14,1% dos consultados.