O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Tribunal de Justiça do Pará (TJPA) começam hoje uma força-tarefa para julgar casos de homicídios decorrentes de conflitos no campo no Estado. A região é a mais problemática no País em disputa de terras e a iniciativa visa reduzir o número de crimes ligados a questões fundiárias sem solução no Estado.
De acordo com a Comissão Pastoral da Terra (CPT), de 1985 a 2010 foram registradas 1.580 mortes de agricultores e lideranças camponesas no estado, todas ligadas a conflitos agrários. Desse total, somente 91 foram julgados.
Durante 15 dias, o mutirão vai mobilizar o Ministério Público, a Defensoria Pública, oficiais de Justiça, advogados e todas as partes envolvidas nos processos. A expectativa do CNJ é julgar pelo menos um processo por dia, dando prioridade a episódios emblemáticos.
O primeiro caso a ser julgado durante o mutirão será a chacina da Fazenda Ubá, ocorrida no sul do Estado, em 1985. Por causa da disputa pela terra 17 trabalhadores foram assassinados e tiveram casas queimadas por pistoleiros. O caso chegou a ser levado à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), ligada à Organização dos Estados Americanos (OEA). As informações são da Agência Brasil.