CNBB é contra uso de embriões em pesquisa

Brasília – A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) enviou carta a todos os senadores pedindo que não aprovem o artigo do projeto de lei de Biossegurança que permite o uso de embriões humanos em pesquisas de células-tronco. No documento, de duas páginas, a Igreja Católica reclama da pressão dos “vendedores de ilusões de vida fácil”. Eles são acusados de explorar imagens de portadores de deficiência para garantir apoio ao uso de embriões humanos nas pesquisas.

“Esperamos que os senadores tenham responsabilidade diante de tanta pressão”, disse D. Odilo Pedro Scherer, secretário-geral da CNBB. “Não somos contrários à ciência, mas a favor da vida”. Scherer afirmou que a igreja entende que o início da vida ocorre com a “junção” do esperma com o óvulo. A partir daí, na avaliação dos bispos, não se pode usar uma vida para melhorar outra.

Os bispos destacam os avanços da ciência. “Nos congratulamos com as pesquisas recentes e o uso responsável de células-tronco encontradas no cordão umbilical, na medula óssea e em outras partes do corpo humano”, diz a carta enviada aos senadores. “Incentivamos a continuação das pesquisas, visando a descobrir outras fontes para se obter células-tronco, sem recorrer aos embriões humanos.”

A cúpula da CNBB comentou ontem o encontro dos bispos brasileiros com o papa João Paulo II, no mês passado, no Vaticano, para discutir questões da igreja no País. O presidente da CNBB D. Geraldo Majella Agnelo disse que o papa mais ouviu que falou sobre assuntos brasileiros. O uso de embriões humanos nas pesquisas científicas não foi discutido no encontro. “Há muito tempo o papa vem nos orientando sobre o assunto”, afirmou d. Geraldo.

O presidente da CNBB reclamou da “pressa” do Legislativo em votar a lei de Biossegurança, no que diz respeito à questão de células-tronco. “Preocupa-nos a maneira apressada com a qual certas pessoas e entidades se pronunciam em relação à denominada terapia gênica”, afirmou. “A vida saudável não se reduz aos genes nem aos organismos, mas remete a relações sociais, econômicas, políticas, afetivas e espirituais.”

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