Clima de guerra marca a reta final da campanha dos presidenciáveis

Brasília

– Apesar da vantagem de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas pesquisas, a reta final está sendo considerada, tanto para petistas como para os partidários de José Serra (PSDB), como uma verdadeira guerra. Tanto Lula quanto Serra usam expressões bélicas para descrever a estratégia para a última semana da campanha. É guerra. Os dois candidatos vão brigar, palmo a palmo, pelo mesmo eleitorado nesta reta final: os três maiores estados ? São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais ? e os pequenos municípios. Lula, para garantir a vitória no primeiro turno. Serra, para chegar ao segundo.

Expressões como artilharia e infantaria são rotineiramente usadas pelos coordenadores das duas campanhas ao descreverem as estratégias para os últimos dias. “Vamos combinar três ações diferentes. A aérea, que é a TV, a artilharia, que é o visual, e a infantaria, que é o corpo-a-corpo”, revela Sílvio Pereira, coordenador de organização da campanha petista. A partir de hoje, o PT promete ocupar as periferias das grandes cidades com 200 mil militantes batendo de casa em casa. No que chamam de ocupação visual, vão espalhar 200 mil bandeiras, um milhão de adesivos de carros e 30 milhões de adesivos para camisetas.

Para encerrar a campanha, Lula escolheu a Vila Euclides, em São Bernardo do Campo, berço do PT. “Queremos movimentar a militância”, diz Pereira. A estratégia para a reta final prevê uma intensificação da campanha nos estados onde o PT tem chances de ganhar o governo, como Acre, Mato Grosso do Sul, Amapá, Pará, Distrito Federal e Rio Grande do Sul, onde Lula irá amanhã. Nesses estados o partido está disposto a dar um incentivo financeiro para que seus candidatos cheguem à reta final.

A campanha petista estabeleceu ainda uma tática específica para as 62 maiores cidades, denominada Operação 62, e outra diretriz para os pequenos municípios, que foram divididos em 413 microrregiões. A investida nessas cidades tem como objetivo conter o crescimento da candidatura de Serra, que conta com o apoio de prefeitos do PMDB e PSDB.

A campanha de Serra investiu pesado nos municípios com menos de 50 mil eleitores. Desde a semana passada, debruçada numa lista elaborada pelo ex-ministro João Roberto Vieira da Costa, uma tropa telefona para os prefeitos pedindo que angariem votos para Serra. O exército pró-Serra também tem reivindicado maior espaço para o candidatos nos programas regionais de TV. E nesse ponto o principal alvo é Minas Gerais, segundo colégio eleitoral do país. No último mês, o candidato priorizou eventos ao lado do candidato do PSDB ao governo de Minas, Aécio Neves, e pediu que o candidato leve seu nome no horário eleitoral regional.

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