O patrimônio dos fundos de investimentos do Opportunity encolheu quase R$ 1 bilhão desde a prisão na operação Satiagraha, da Polícia Federal, de vários integrantes do comando do grupo, entre eles o sócio-fundador Daniel Dantas e seu principal executivo, Dório Ferman. O diretor comercial do Opportunity, Fernando Rodrigues, explicou que o montante – 6,2% do patrimônio total – incluiu os saques realizados desde a última terça-feira (8), quando ocorreram as prisões, e também os resgates já agendados pelos cotistas para os próximos 90 dias.
"Queremos dar o máximo de transparência. Estamos trabalhando para tranqüilizar os clientes", afirmou ele. Atualmente, a gestora de recursos do Opportunity ocupa o 15ª lugar no ranking da Associação Nacional dos Bancos de Investimentos (Anbid). Rodrigues destacou que o grupo decidiu adotar a mesma política de transparência utilizada em 2004, quando Dantas foi indiciado pela Polícia Federal na operação Chacal, que investigou o esquema de suposta espionagem industrial durante a briga entre o Opportunity e a Telecom Italia pelo controle da Brasil Telecom (BrT).
Desde a terça-feira, o Opportunity vem divulgando o percentual de resgates dos fundos e também a composição de sua carteira de investimentos. Em 2004, as perdas dos fundos de investimentos do grupo chegaram a atingir entre 10% e 15% do patrimônio total nos 90 dias seguintes ao anúncio do indiciamento de Dantas. Mas Rodrigues ressaltou que a situação se reverteu em nove meses. "Passamos a crescer e superamos as turbulências", disse.
O diretor destacou ainda que 80% do patrimônio dos fundos estão relacionados a clientes que investem no Opportunity há 15 anos. "São pessoas que enriqueceram com a gente. Queremos mostrar que a performance continua a mesma", afirmou.
Ferman
Liberado nesta quinta-feira (10) por um habeas-corpus do Supremo Tribunal Federal, o principal executivo da Opportunity Asset Management, Dório Ferman, volta nesta sexta (11) a comandar os fundos de investimento da instituição financeira.
Nos últimos dias, para acalmar os seus clientes, o Opportunity indicou um nome de peso para substituir Ferman: o ex-diretor de Política Econômica do Banco Central Afonso Bevilacqua, que ingressou no grupo em agosto do ano passado. O executivo, que respondia pela gestão de recursos internacionais do grupo, passou a gerir também os fundos sob tutela de Ferman.