Classe C impulsiona comércio eletrônico

Os consumidores da classe C são apontados como os grandes responsáveis pelo aumento significativo das vendas pela internet no Brasil. Os recordes de vendas de computadores no País nos últimos anos e o crescimento do acesso da população à banda larga têm ajudado a trazer para o varejo eletrônico os brasileiros de menor poder aquisitivo, até então fora da base de e-consumidores.

De acordo com o relatório Webshoppers, divulgado nesta terça-feira (11) pela consultoria E-bit em parceria com a Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (Câmara-e.net), 39% (3,8 milhões de pessoas) dos brasileiros que compram produtos pela internet têm renda familiar de até R$ 1 mil por mês (classe C2, pelo Critério Brasil) ou entre R$ 1 mil (C1) e R$ 3 mil (B2) por mês. Mas, como boa parte da classe B já estava inserida no comércio eletrônico, a maior parte dos 2,5 milhões de novos compradores pelo e-commerce fazem parte da classe C e têm renda entre R$ 726 26 e R$ 1.194,53, segundo o relatório.

A participação da classe C tem crescido a uma média de dois pontos porcentuais por ano. Mas as diferenças de renda se refletem também nos produtos preferidos pelas diferentes classes. Os telefones celulares, por exemplo, lideram a lista dos produtos mais comprados pelos de menor poder aquisitivo e superam inclusive o número de pedidos das classes mais altas.

Livros

No ranking geral de produtos de 2007, no entanto, os celulares aparecem apenas na quinta colocação, com 7% dos pedidos. São os livros e as assinaturas de jornais e revistas os preferidos das camadas de maior poder aquisitivo, ocupando a primeira colocação com 17% dos pedidos. Em seguida, com 12% das compras, estão os itens de informática, também mais ligados às classes A e B.

Depois aparecem os eletrônicos, na terceira colocação, com 9% dos pedidos. Nessa categoria, ambas as classes participam, mas mantendo as diferenças de renda. Enquanto os consumidores de renda mais elevada preferem os televisores de plasma e LCD, os de menor renda ficam com aparelhos mais simples, como os DVD players e as câmeras digitais. Com a valorização do real frente o dólar, informática e eletrônicos foram algumas das categorias mais beneficiadas por preços mais baixos.

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