Ciro perto de ser um superministro

As negociações para a primeira reforma ministerial do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva devem produzir um superministro de fora do PT. Ciro Gomes (PPS), ainda na Integração Nacional, só não assumirá se não quiser o comando dos programas sociais do governo Lula. As mesmas negociações transformaram um ?morto-vivo?, Anderson Adauto, num ministro privilegiado. As informações mais recentes do governo são de que Adauto não sai do Ministério dos Transportes.

Pela fórmula concebida pelo Palácio do Planalto, Ciro concentraria as funções dos ministérios da Segurança Alimentar e Combate à Fome, comandado por José Graziano, e Assistência e Promoção Social, capitaneado por Benedita da Silva. Benedita deve perder o cargo e Graziano, deslocado para uma secretaria que ficaria subordinada ao superministério.

?Se for mesmo escolhido para comandar um superministério da área social, o ministro Ciro mostrará que está mesmo prestigiado. Acho que essa opção ocorreu por causa de seu desempenho na equipe?, diz o deputado Roberto Freire (PE), presidente nacional do PPS. ?Não há dúvidas de que o novo ministério é muito mais forte do que o da Integração?, continua Freire.

No Planalto, a avaliação de Adauto subiu muito nos últimos tempos. De ministro condenado a perder a cabeça na primeira reforma ministerial, Adauto já é considerado um ?expert? nos intrincados subterrâneos dos transportes. Nos últimos meses, o agora querido ministro cancelou dezenas de licitações para construção e recuperação de estradas que tinham algum resquício de irregularidade. De Caratinga, no interior de Minas, Adauto comentou a possibilidade de ficar: ?Quem decide é o presidente. Se ele quiser que eu continue, vou continuar.?

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