Rio de Janeiro
– A programação de campanha de Ciro Gomes ontem no Rio mostrou a grande mistura de legendas aliadas informalmente ao candidato da Frente Trabalhista (PPS, PDT e PTB), que nas últimas semanas garantiu o segundo lugar isolado nas pesquisas de intenção de voto. Aos políticos da frente, misturaram-se candidatos e cabos eleitorais do PPB, PMDB e PSDB. Os dissidentes são tantos, que Ciro adaptou seu discurso para incorporá-los. Ao encerrar o pronunciamento, pediu: “Vamos eleger homens e mulheres de diversos partidos da Frente Trabalhista ou de dissidências de outros partidos, que são muito bem-vindos nesse nosso esforço de unir o Brasil.” Ciro foi ciceroneado em Duque de Caxias pelo prefeito, José Camilo Zito dos Santos, ex-aliado do tucano José Serra e recém saído do PSDB.Na caminhada pela cidade, esteve acompanhado de pepebistas como o candidato a deputado estadual Iranildo Campos, vice-prefeito da cidade de São João de Meriti. O PPB apóia no Rio a candidata ao governo do PSB, Rosinha Garotinho, mulher do candidato a presidente, Anthony Garotinho. No plano nacional, o PPB está com Serra. Campos, porém, está com o pedetista Jorge Roberto Silveira para o governo e com Ciro para presidente.
O deputado federal do PSDB Heleno de Lima, o Doutor Heleno, não compareceu, mas havia na caminhada dezenas de cabos eleitorais com panfletos, faixas e galhardetes. “Não sei por que aconteceu isso (a presença de seus correligionários na campanha de Ciro). Estou com Serra. Mas o Zito, que é meu amigo há muitos anos, tem toda razão em estar com Ciro”, disse, mais tarde, o parlamentar. Doutor Heleno tem enfrentado dificuldades de garantir seu tempo no horário eleitoral gratuito do PSDB e acredita ser retaliação por sua ligação a Zito.
Já em São Gonçalo, a festa foi organizada por outro prefeito dissidente, Henry Charles, do PMDB, partido que integra a coligação de José Serra.
Frente descobre grampos
São Paulo
(AE) – Uma varredura feita ontem por um empresa especializada em segurança telefônica constatou que o telefone utilizado pelo candidato à vice-presidência na chapa de Ciro Gomes (PPS), Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, no comitê central da Força Trabalhista, em São Paulo, assim como o telefone de João Carlos Gonçalves, o Juruna, presidente da Força Sindical, estavam grampeados por um aparelho eletrônico de escuta telefônica. As informações foram divulgadas nesta tarde pela Frente Trabalhista.O telefone de Juruna era utilizado por Paulinho, presidente licenciado da Força Sindical, e está instalado no gabinete da presidência da organização, no Palácio do Trabalhador, no bairro da Liberdade em São Paulo. O comitê central da Frente Trabalhista informou que pretende registrar, ainda hoje, um boletim de ocorrência e pedir a abertura de inquérito policial para investigar a escuta.
Eis a íntegra do laudo emitido pela empresa Augusto Assessoria Técnica e Telefônica, que fez a varredura: “Após verificação das linhas analógicas instaladas nos quadros de entrada da Telefônica no prédio do comitê central da Frente Trabalhista, foi encontrado um aparelho de escuta telefônica, o que foi comunicado ao solicitante.