A decisão do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Nelson Jobim, de usar militares à paisana para proibir boca-de-urna no dia da eleição foi criticada e chamada de ?heresia jurídica? pelo candidato da Frente Trabalhista a presidente, Ciro Gomes (PPS-PTB-PDT). Ciro disse ainda que as pesquisas eleitorais no Brasil ?são todas compradas? e acusou mais o Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), dizendo que os levantamentos do órgão são ?fraudados?. Ele irritou-se com uma pergunta sobre a possibilidade de renunciar à candidatura. ?Está passando do desrespeito à humilhação?, protestou.
O candidato, que atacou o ?facciosismo? do tribunal eleitoral, deu a entender que a medida anunciada por Jobim poderá propiciar constrangimento de eleitores: ?Imagina que o presidente do TSE anunciou na televisão que vai convocar pessoalmente as Forças Armadas para fazer fiscalização aleatória das urnas. As Forças Armadas só podem ir para a rua se houver deliberação da Corte maior de Justiça no Brasil. E tem de ir identificada e fardada. Se vai à paisana, de forma aleatória, quem garante que eu não vou botar um brutamontes meu se dizendo do Exército para fazer tumulto em urnas que não sejam convenientes a mim??
?Armação? – Na verdade, Jobim anunciou que usaria militares à paisana, mas não informou se seriam do Exército ou da Polícia Militar. Ciro disse que, nestas eleições, há ?uma grande armação?, segundo ele, envolvendo televisões, jornais e revistas, ?mais o abuso do dinheiro e o envolvimento inédito do TSE.? Ciro disse que não pretende questionar judicialmente a fiscalização feita por militares à paisana. ?Não adianta nada. Vou questionar para quem? É o presidente do TSE que está anunciando essa heresia jurídica. Onde é que nós estamos? Isso aqui não é uma república de bananas?, afirmou Ciro.