O que deveria ser um fim de semana relaxante, com passeios por Buenos Aires ou Montevidéu, se tornou um tormento para muitos brasileiros. As cinzas do vulcão chileno Puyehue, remanescentes de uma erupção ocorrida em julho, voltaram a tomar os céus de parte da Argentina e do Uruguai. O resultado são dezenas de voos cancelados, viajantes desorientados e funcionários de companhias aéreas tentando explicar e programar o imprevisível, já que as condições climáticas variam com muita rapidez.
Desde domingo (16), nenhum dos voos da TAM partiu de Montevidéu e, nesta segunda-feira (17), não há previsão de saída. Até o início da tarde, o próximo voo programado era o primeiro de amanhã. Porém, o avião só decola se os ventos ajudarem e as nuvens de cinzas se deslocarem. Ao todo, 40 voos foram cancelados no domingo, alguns deles para o Brasil. Assim como não saem, não chegam aeronaves, o que torna o quadro ainda mais caótico. De acordo com a Direção Nacional de Meteorologia Aeronáutica, de Montevidéu, as cinzas cobrem praticamente todo o território uruguaio.
Apesar da precaução da TAM, outras companhias aéreas não estão considerando as cinzas um empecilho para os voos. Oito empresas mantêm suas aeronaves no pátio. O aeroporto Carrasco, em Montevidéu, informa que a decisão de embarque e decolagem é da companhia aérea. Para os brasileiros “presos” no Uruguai, a saída seria conseguir um lugar num avião da Gol ou da Pluna, que mantêm seus serviços praticamente inalterados. No entanto, a dificuldade é para encontrar vaga. Todos os voos para o Brasil, nesta segunda-feira, estão lotados.
Para quem puder esperar, a Gol tem lugares nos voos de quarta-feira, enquanto a Pluna ainda oferece vagas para terça-feira, embora a expectativa é que os aviões lotem rapidamente, principalmente se a Tam não retomar os serviços.
A espera desagrada parte dos viajantes, como uma carioca que foi ao Uruguai para um curso e voltaria às 6h de hoje. “Não vim com dinheiro para ficar até quarta-feira e não conheço ninguém aqui”, disse à funcionária da TAM, que nada pôde fazer para ajudá-la.
Outra alternativa é voltar de ônibus até Porto Alegre e, então, pegar um avião na capital gaúcha. O serviço de aluguel de carros não permite que os veículos cruzem a fronteira.
Argentina
Em Buenos Aires, as informações são mais animadoras. A Gol e a Tam informaram que os voos foram retomados.