Situada a apenas 34 quilômetros de Guaçuí, cidade capixaba em área de risco de disseminação da febre amarela e que está realizando vacinação preventiva contra a doença, e a 89 quilômetros de Tombos, cidade mineira na mesma situação, a pequena Varre-Sai, no noroeste fluminense, vive dias de tensão diante da possibilidade de chegada da doença. Em sua forma urbana, a febre é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, mesmo transmissor da dengue, do vírus da zika e da febre chikungunya. No Brasil não há registro de transmissão da versão urbana da doença desde a década de 40 – os casos atuais são do tipo silvestre, transmitido pelos mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes.

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“Havia toda uma expectativa pela chegada da vacina”, conta o prefeito de Varre-Sai, Silvestre Gorini (PSD). “As doses chegaram na madrugada de sexta. Anunciamos que a vacinação iria começar e já na sexta uma multidão correu ao posto para se proteger.”

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Segundo ele, a vacinação continuou durante o final de semana e vai seguir sem prazo determinado. “Vamos atender todo mundo que quiser se vacinar”, diz o prefeito.

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A cidade tem cerca de 10 mil habitantes e recebeu 8.500 doses, mas segundo o prefeito há a garantia do Ministério da Saúde de disponibilizar mais doses, se for necessário. “Muita gente já foi se vacinar em cidades vizinhas, de outros Estados, então talvez não seja necessário mais que as 8.500 doses”, afirma o prefeito, que nesta segunda participou de evento no Rio com o ministro da Saúde, Ricardo Barros. O ministro esteve na capital fluminense para anunciar a liberação de R$ 395,4 milhões para 37 municípios do Estado e também comentou a situação da febre amarela.

“As áreas que estão sendo solicitadas pelos Estados estão sendo atendidas (na entrega de doses da vacina). Para o Rio já mandamos 350 mil doses e estamos enviando mais 350 mil, e no Brasil de forma geral já foram 5,5 milhões de doses adicionais para a cobertura nas áreas que os Estados solicitaram, que são as áreas que fazem fronteira com a zona da mata de Minas Gerais, sul da Bahia, Espírito Santo, norte do Rio e São Paulo”, afirmou Barros.

“Estamos bloqueando a doença e por enquanto a transmissão é só do tipo silvestre. Mas sempre há uma possibilidade (de haver maior disseminação). Então, que todos que estão nas regiões definidas que façam a vacinação. Quanto antes a população se vacinar mais chance nós temos de bloquear esse foco onde está, localizado em Minas Gerais, e não termos mais incidências. Nossos técnicos epidemiologistas entendem que o foco está restrito a Minas Gerais e que bloqueando os Estados que têm fronteira nós resolveremos o problema”, afirmou.

Mutirão

Além da liberação de recursos para 37 municípios do Estado, o ministro anunciou, em parceria com o prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), a realização de um mutirão de cirurgias, consultas e exames pré-cirúrgicos nos seis hospitais federais do Rio (Cardoso Fontes, Hospital dos Servidores do Estado e unidades do Andaraí, Bonsucesso, Ipanema e Lagoa). A ação começa no dia 1º de fevereiro e vai se estender por 90 dias, durante os quais a previsão é que sejam realizadas 3.160 cirurgias de média e alta complexidade, a maioria de catarata (1.400), de vesícula (1.030) e hérnia (430).