O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), admitiu nesta sexta-feira, 5, que a capital não tem capacidade para escoar grande volume de chuva, depois do temporal que atingiu São Paulo desde quinta e alagou as pistas da Marginal do Tietê.”A cidade não tem capacidade de resposta em relação às chuvas. Desde ontem (quinta-feira) a gente vem monitorando isso. O que choveu foi o dobro do previsto”, disse.
De acordo com o cálculo do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) feito no Mirante de Santana, o volume de chuva que caiu na capital durante 24 horas ( entre 9h quinta-feira e 9h desta sexta-feira) bateu recorde com 123,6 milímetros para o mês de julho. A média de chuva para julho é de aproximadamente 47,8 mm. Segundo o Ernesto Alvim, meteorologista do Inmet, a última medição recorde de acumulado de chuva foi observada em 3 de julho 1976 com 70,8 mm de precipitação.
Covas disse que a Prefeitura está fazendo o que é possível. “A gente não tem como sumir com a água, a gente tem como ir dando vazão a essa água”.
“Nós tínhamos 24 piscinões na cidade de São Paulo. Já entregamos três. Vamos entregar mais cinco. São oito ao longo dessa gestão. Enquanto isso, nós vamos fazendo isso: enxugando o gelo, limpando manualmente, limpando córrego para poder aumentar a capacidade”, explicou.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o secretário estadual de Infraestrutura e Meio Ambiente, Marcos Penido, disse que o Rio Tietê não transbordou na altura da Ponte das Bandeiras. Segundo Penido, a água que alagou a Marginal do Tietê veio com o volume excessivo de chuva.
“A água que alagou a Marginal Tietê, na altura da Ponte das Bandeiras, não transbordou do Rio Tietê. Todos os sistemas de piscinões funcionaram e a partir das 23h45 de quinta-feira, nós iniciamos o sistema de bombeamento do Pinheiros levando o fluxo para a Represa Billings trazendo uma outra opção para escoar o Tietê. Então o Tietê veio bem cheio e dentro da calha”, disse Penido.
De acordo com Penido, o sistema de bombeamento da água da chuva na altura da Ponte das Bandeiras não estava funcionando a plena carga.
“Na Ponte das Bandeiras a diferença de nível é maior. O que aconteceu: o volume de chuva dos bairros que foi muito grande encontrou um rio bem cheio precisando de um sistema de bombeamento mais parrudo, mais forte e que estivesse funcionando a plena carga”, disse.
Penido lembrou que quando era secretário municipal de Serviços e Obras da Prefeitura de São Paulo, na gestão do prefeito João Doria, a pasta fez um estudo de manutenção do local.
“Tivemos o quadro de luz roubado, tivemos coisas deterioradas, depredação. Infelizmente uma parcela da população contribui com a depredação e roubo, porque tem fios e tem sistemas. A Prefeitura agora conseguiu contratar uma guarda patrimonial para poder zelar por isso”, lamentou.
Segundo Penido, as gestões municipal e estadual farão um estudo e planejamento da região da Ponte das Bandeiras para sanar a problema de alagamento no local.