Cerca de cem ciclistas se reuniram às 10 horas deste sábado numa área ao redor da Lagoa Rodrigo de Freitas, em frente ao Corte do Cantagalo, na zona sul do Rio, para um novo ato contra a violência na capital fluminense. Uma missa foi celebrada pelo padre polonês Krysztof Sopicki, de 56 anos, que pratica mountain bike, e depois o grupo pedalou até o Palácio Guanabara, sede do governo do Estado do Rio, em Laranjeiras, também na zona sul. Embora o ato tenha sido motivado pelo latrocínio do médico Jaime Gold, ocorrido na Lagoa na última terça-feira, a missa não foi em homenagem a ele porque Gold era judeu. “Seria um desrespeito à sua religião, então rezamos por todos os ciclistas, vítimas ou não de criminosos”, afirmou o padre.
Durante o ato, o ciclista Raphael Pazos, de 40 anos, presidente da Comissão de Segurança no Ciclismo da Cidade do Rio de Janeiro, anunciou medidas para tentar reduzir a insegurança dos ciclistas no Rio.
“Roubos de bicicletas são comuns há pelo menos um ano, mas até hoje não há estatísticas. O caso é registrado genericamente, como roubo a transeunte. Na próxima semana deve ser votado em regime de urgência na Assembleia Legislativa do Rio um projeto de lei da deputada Martha Rocha que inclui o item subtração de bicicleta na lista de tipos penais da Secretaria de Segurança. Isso permitirá saber onde os roubos se concentram, para orientar o policiamento”, afirma Raphael.
O projeto de lei cria também um cadastro estadual de bicicletas roubadas, que facilitará a identificação, pelos proprietários, das bicicletas recuperadas pela polícia. “Hoje a polícia faz seu trabalho, recupera muitas bicicletas. Mas elas são encontradas em lugares muito diferentes de onde foram roubadas, vão para a delegacia da área e ficam lá enferrujando e ocupando espaço, porque o dono não é informado”, argumenta Raphael.
Segundo ele, atualmente são roubadas, em média, três bicicletas por dia na cidade do Rio, a maioria dentro das ciclovias. “A ciclovia do Maracanã é a faixa de Gaza do ciclismo carioca”, classifica.