Salvador (AE) – Os temporais que castigaram a capital baiana neste fim semana mataram uma pessoa (a terceira dos últimos dez dias) e causaram destruição no subúrbio ferroviário, que teve seus três acessos principais interditados pelo transbordamento de rios, queda de árvores e deslizamentos de terra. Centenas de moradores tiveram as casas invadidas pela água e uma grossa camada de lama, o que levou muita gente ao desespero. Para protestar, grupos de moradores interditaram a Avenida Suburbana em dois pontos.
O caso mais grave foi o da empregada doméstica Valdelice dos Santos, de 26 anos que voltava de uma seresta no subúrbio de Periperi, na madrugada do domingo, com o noivo Jaime Borges e a amiga Euvânia Nascimento. A forte chuva transformou a rua num rio caudaloso e os três não perceberam uma vala aberta no meio do caminho. Valdelice, a única que caiu no buraco, foi levada pela enxurrada. Resgatada minutos depois, morreu afogada ao dar entrada no Hospital João Batista Caribe.
A chuva continuou intensa até a manhã do domingo, abrindo buracos e retirando terra da grande encosta que caracteriza a geografia do subúrbio ferroviário. Uma cratera de 15 metros de profundidade formou-se na localidade de Pirajá, ameaçando pelo menos 100 casas situadas na parte de cima da encosta. Na parte de baixo, os moradores passaram o domingo limpando as casas dos detritos e da lama, que de um lado desceu do morro e do outro chegou trazida pelo transbordamento do Rio Cobre.