Chuvas matam 66 e desalojam 15 mil

Brasília – O volume anormal de chuvas verificado no mês de janeiro no país deixou a Defesa Civil em estado de alerta e causou a morte de 66 pessoas, além de deixar milhares de desabrigados. Segundo dados da Defesa Civil Nacional, outras 90 pessoas ficaram feridas e 21 estão desaparecidas. Além disso, mais de 2 mil casas foram destruídas, com pelo menos 15.053 pessoas sem ter onde morar.

A Bahia liderou o ranking de desabrigados, que chegou a quase 3.500 pessoas. Em São Paulo, foram registradas 25 mortes ao longo do mês e 800 desabrigados.

Especialistas explicam uma ocorrência de chuvas concentradas nas regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste, ocasionando, em determinados locais, índices pluviométricos nunca registrados. A chuvas estariam associadas com frentes frias que chegam a determinadas regiões do país muito rapidamente e ficam estacionadas nesses locais por muito tempo. Fortaleza, capital cearense com mais de 2 milhões de habitantes, registrou na quinta-feira 210 milímetros de chuvas nas últimas 24 horas, marca recorde em dez anos. A maior precipitação em 24 horas na última década foi na cidade de Florianópolis, em 15 de novembro de 1991, superando 404 milímetros. Nesta região, a média durante todo o mês de janeiro é de 129 milímetros.

As chuvas registradas em janeiro mostraram que a seca não é a única vilã do sertão nordestino. O volume anormal de precipitação destruiu casas, fez vítimas fatais e deixou muitos feridos. O sertão do Nordeste é uma região de clima muito quente, com temperatura média de 40 graus, que há séculos sofre sérios problemas econômicos em função de longos períodos de estiagem. Em períodos denominados de “grande seca”, a região chega a passar mais de um ano sem registrar chuva. Em todo Nordeste, 6.500 pessoas viram suas casas derrubadas pelas águas.

A cidade de São Paulo viveu ontem um dia de caos, com chuvas e vento de 100 km/h. As ruas ficaram alagadas e faltou energia elétrica em muitos locais, principalmente na zona leste da cidade. Os bairros mais atingidos foram Vila Talarico, Vila Manchester, Vila Carrão, Jardim São Lucas, Mooca, Vila Ema, Vila Prudente e Tatuapé. Equipes foram às ruas para restabelecer a energia, mas não havia previsão para que isso acontecesse.

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