A cidade de São Paulo registra chuvas diárias há quase um mês, desde 23 de dezembro. Embora ainda faltem dez dias para o término do mês, este janeiro já é um dos mais chuvosos da história. Segundo a medição do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), foram registrados até a manhã de ontem 316,9 milímetros de precipitações, 32,5% acima da média história para janeiro (239 milímetros). E a marca deve ser ultrapassada, pois a previsão para os próximos dias é de mais chuva.
“Faz um mês praticamente que chove todos os dias em São Paulo. O solo da cidade já estava bem encharcado quando caiu o temporal na madrugada. Por isso, mesmo com uma precipitação inferior à ocorrida no dia 8 de dezembro, os rios transbordaram”, apontou Michael Pantera, coordenador do CGE.
A umidade excessiva na cidade já é consequência de índices pluviométricos históricos também no mês passado – foi o terceiro dezembro mais chuvoso da série medida pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), que começou em 1943. A medição do órgão apontou 363,7 milímetros, só ficando abaixo de dezembro de 1986 (383,2 milímetros) e de 1947 (374,9 milímetros). Com a manutenção da sequência de chuvas, este mês também entrará para a lista dos “janeiros” mais chuvosos da história.
El Niño
Os meteorologistas atribuem o excesso de chuvas a uma reunião de fatores, principalmente o efeito El Niño (aquecimento das águas do Oceano Pacífico), e também as altas temperaturas do Atlântico, entre as costas dos Estados do Paraná e Rio. “As águas estão mais aquecidas, o que aumenta a evaporação. Por isso, as frentes frias são mais ativas e o encontro provoca mais chuvas”, diz o meteorologista do Inmet Marcelo Schneider.