Projeto pioneiro no País, iniciado em março de 2012, o monitoramento de frequência escolar por chips instalados nos uniformes dos alunos da rede municipal de Vitória da Conquista, no sul da Bahia, será abandonado no fim do ano. De acordo com a prefeitura – e os familiares dos estudantes -, questões técnicas diversas e o baixo resultado aferido são as justificativas para o fim do sistema.
O projeto foi adotado em fase experimental em 25 escolas da cidade, das 203 da rede, ao custo de R$ 1,2 milhão, no início do ano letivo de 2012. Chips de radiofrequência de identificação (RFID) foram colocados nas mangas das camisas dos uniformes e sensores foram instalados nas entradas dos colégios.
A passagem do chip pelo sensor faria com que, automaticamente, uma mensagem fosse enviada aos celulares de pais ou responsáveis pelo estudante, informando horário de entrada e de saída dele da unidade. A expectativa, na época do lançamento, era que todas as escolas da cidade integrassem o projeto até o fim deste ano.
Segundo muitos estudantes e familiares, porém, o sistema não funcionou. Mãe de dois irmãos que estudam em uma mesma escola da cidade, a promotora de vendas Mariana Paulo Nunes diz que só recebia as mensagens relativas a um deles. “As da minha filha nunca chegaram”, conta. “As do menino vinham, mas só de vez em quando.” Também houve vários relatos de problemas com a durabilidade das peças, que não teriam resistido às lavagens constantes dos uniformes.
Além disso, os resultados obtidos com o sistema foram tímidos. De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, após a adoção dos uniformes com chip, a redução da evasão escolar nas unidades foi de apenas 2%. “O projeto tem de passar por ajustes, pode ser que o retomemos mais à frente”, admite o atual secretário, Ricardo Marques. “Neste momento, estamos optando por investimentos em outras áreas da educação, como esportes, para fazer com que o aluno vá à escola porque tem vontade, não por ser forçado.”