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 Foto: Arquivo/O Estado

Arlindo Chinaglia: escolha do PMDB.

O candidato oficial do PMDB a presidente da Câmara é o líder do governo na Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP). Não bastasse a derrota na articulação para que o PMDB adiasse a decisão, o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), candidato à reeleição, também foi vencido no voto ontem. Reunidos num dos plenários da Casa, exatos 64 dos 90 peemedebistas eleitos em outubro participaram de uma votação e apenas 11 ficaram com Rebelo.

 Chinaglia obteve 40 votos depositados na urna e mais seis declarações de apoio por escrito. Outros seis deputados não optaram por nenhum deles e apenas um votou em branco. A reunião começou pela aprovação de uma preliminar, em que a minoria vencida se comprometeu, por aclamação, a acompanhar a decisão da maioria. Ao fim das duas horas de encontro, no entanto, os partidários da reeleição de Rebelo deixaram claro que o assunto não está encerrado.

?O Aldo continua candidato e ainda está forte?, afirmou o deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE). ?A gente reconhece o resultado da reunião do partido, mas, para mim, que estou chegando agora, é um indicativo, uma preliminar?, completou o deputado eleito Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), ao lamentar não ter trazido cinco votos escritos dos paranaenses, que, segundo ele, acompanham a orientação do governador Roberto Requião (PMDB) em favor do presidente da Câmara. ?No plenário, a história é outra e o voto é secreto?, encerrou o deputado eleito Jader Barbalho (PMDB-PA).

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No início da noite, Rebelo atestou que levará o nome ao plenário, com o apoio de deputados do partido. ?Reafirmamos que a candidatura vai até a vitória, com o apoio dos partidos que até agora integram nossa campanha e de parlamentares do PMDB. Ele aposta em votos avulsos nas diferentes bancadas, além do apoio de várias bancadas como o PSB, seu PCdoB, o PFL e o PMN. Além disso, disse que está conversando com o PSDB, PDT, PTB e PR. ?Meu trunfo é o apoio amplo.?

Não foi o que o presidente nacional da legenda, deputado Michel Temer (SP), assegurou ao candidato do PT de São Paulo a presidente da Câmara ao comunicar-lhe a decisão do PMDB. Chamado a receber o resultado da votação, Chinaglia ouviu de Temer que ?houve decisão significativa, que a maioria optou pela proposta do PT e que a decisão da bancada, que sai unida, será acolhida pela unanimidade dos peemedebistas?. Encerrada a formalidade, porém, o candidato do PT de São Paulo a presidente da Casa admitiu que não há como assegurar o apoio fechado do partido no voto secreto. ?Vamos ser realistas?, advertiu.

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De manhã, o presidente nacional do PMDB recebera os deputados Raul Jungmann (PPS-PE) e Luíza Erundina (PSB-SP), que defenderam a terceira via na disputa e sugeriram que ele fosse o candidato. Mas não havia espaço para um peemedebista na disputa. Tanto que o governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira (PMDB), que veio a Brasília ontem disposto a lançar o presidente nacional do PMDB, nem sequer apresentou a proposta.

A Chinaglia, Temer afirmou que a bancada optara por ?um acordo de natureza política?. Referiu-se à sugestão de rodízio na presidência da Câmara, assinada pelo presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), pela qual os petistas se comprometem a apoiar o candidato do PMDB à sucessão de Chinaglia daqui a dois anos.

O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), candidato à reeleição, avaliou que, mesmo com a decisão do PMDB de apoiar o candidato a presidente da Casa Arlindo Chinaglia (PT-SP), tem condições de sair vitorioso numa ?eleição democrática?. Rebelo disse que continua contando com votos de deputados da bancada do PMDB. ?Reafirmamos que a nossa candidatura vai até a vitória, com o apoio dos partidos que até agora integram a nossa campanha e de muitos parlamentares do PMDB?, afirmou.

?Sei que conto com o apoio, que irá até o fim, de muitos companheiros do PMDB e tenho o apoio já de vários partidos como o PSB, PCdoB, PFL e PMN?, completou. Ele afirmou que conversa ainda com o PSDB, PDT, PL e PTB.