O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), vai reunir os líderes na próxima terça-feira para definir as votações dos pontos da reforma política. A reunião poderá inverter a ordem de começar as votações pelos pontos mais polêmicos, se a maioria dos líderes preferir tratar de temas consensuais em primeiro lugar. "Vamos retomar a reunião para reorganizar a votação", afirmou Chinaglia.
O presidente disse que a votação da reforma volta na próxima terça-feira ao plenário da Câmara. "O navio está na água. Ele vai caminhando", afirmou. Chinaglia disse que a proposta de voto em lista partidária com flexibilidade sempre esteve nas discussões e avaliou, pelo número de votos registrados ontem em votação preliminar e pelo comportamento das bancadas, que a questão da lista fechada não está decidida. "A rigor não está definido para que lado a balança vai pender no caso da lista fechada. É uma decisão de maioria apertada e com apoio político escasso", afirmou.
Chinaglia classificou de um "erro de cálculo" a tentativa de um grupo de deputados de rejeitar o projeto de reforma política na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. "A idéia de que uma decisão da CCJ anularia a votação no plenário, foi um erro de cálculo", afirmou o presidente. "O tema (reforma política) é apaixonante, mas a paixão não muda o regimento", completou. Pela manhã, a CCJ considerou inconstitucional o projeto de reforma política, mas a decisão foi anulada com base no regimento interno.
O projeto de reforma está em regime de urgência e, nesses casos, vale o parecer do relator de plenário. É como se a CCJ tivesse votado um projeto que não existe, porque a proposta já foi para o plenário, segundo explicou a assessoria da Câmara. O presidente da CCJ foi acusado de "golpista" em discursos no plenário pelos líderes do DEM, Onyx Lorenzoni (RS), e do PSDB, Antonio Carlos Pannunzio (SP).