Chinaglia descarta CPI mista sobre cartões corporativos

O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), afirmou que, politicamente, não há como tornar viável uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) mista para investigar o uso dos cartões corporativos do governo depois que o Poder Executivo se antecipou e recolheu as assinaturas para uma CPI apenas no Senado. "Nessa corrida, o governo saiu na frente", afirmou. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), reuniu as adesões necessárias e protocolou ontem o pedido de CPI para que o governo tivesse o controle das investigações, antes que o PSDB com a ajuda do DEM, criasse uma CPI mista, com deputados e senadores.

"A instalação da CPI no Senado só depende agora dos procedimentos regimentais. Do ponto de vista de se fazer uma CPI mista, tecnicamente, haveria espaço, mas, politicamente, é um tanto difícil. Na CPI mista, o Senado participaria ao mesmo tempo de duas CPIs tratando do mesmo tema. Estabeleceria uma disputa política", afirmou.

"O governo teve a iniciativa, acabou saindo na frente e fazendo a CPI só no Senado, a não ser que a oposição trabalhe para instalar uma CPI exclusiva da Câmara", completou. Ele ressaltou que a experiência demonstrou que o funcionamento de CPIs não atrapalham os trabalhos da Câmara. Apesar da iniciativa do Executivo, o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) não desistiu de recolher as assinaturas necessárias para uma CPI mista (171 deputados e 27 senadores). Um grupo de deputados levou cópias de requerimentos para recolher assinaturas nos Estados durante esses dias em que a Câmara está esvaziada sem votações.

No grupo estão, os deputados Fernando Gabeira (PV-RJ) e Raul Jungmann (PPS-PE). Sampaio afirmou que espera ter as assinaturas suficientes até quarta-feira da próxima semana. O deputado de oposição criticou a CPI de iniciativa do governo. "Quando quem propõe é o governo, é evidente que o objetivo é o de abafar as investigações", afirmou Sampaio.

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