Chevron não perfurou além do permitido, diz presidente

O presidente da Chevron Brasil, George Buck, afirmou que a empresa não perfurou além da profundidade autorizada. Ele aponta um erro de cálculo a principal causa do vazamento no poço de exploração do Campo de Frade, na Bacia de Campos. O executivo disse que a lama injetada no poço durante a perfuração não foi suficiente para segurar o fluxo do petróleo encontrado no reservatório.

“Nós subestimamos a pressão no reservatório. Era mais alta do que esperávamos. O peso da lama foi programado para outra pressão”, afirmou. Ele evitou falar em “falha humana” e explicou que o cálculo é feito a partir de um “complexo modelo matemático”. O executivo confirmou, no entanto, que o vazamento ocorreu num trecho do poço sem revestimento, um pouco abaixo da sapata, localizada a 567 metros de profundidade do subsolo marinho. A extensão do poço a partir do subsolo é de 2.279 metros. A profundidade total, do espelho d’água até o final, é de 3.329 metros.

Buck não soube explicar porque houve o vazamento do óleo naquele trecho da tubulação, permitindo que o petróleo entrasse pela rocha e chegasse na superfície por fissuras. Segundo ele, aquele é um “poço aberto” e não haveria necessidade de ser totalmente revestido. Ele disse que a causa do vazamento “é parte da investigação”.

Ele também esquivou-se de estimar a quantidade de óleo vazado. Classificou a segunda-feira, 14, como “o pior dia”, quando a mancha correspondia a 882 barris de óleo na superfície do mar. Isso ocorreu um dia depois de ter sido introduzida uma quantidade de lama suficiente para interromper o fluxo do óleo e iniciar a cimentação do poço.

A primeira entrevista do executivo, desde o acidente, não pôde ser gravada ou filmada. O aparato de segurança incluiu uma lista prévia com o nome dos jornalistas autorizados a participar da coletiva e de uma preleção, feita pelo próprio Buck, sobre os procedimentos em caso de incêndio no prédio da Chevron.

Investigação – Sete funcionários da Chevron foram intimados a depor à Polícia Federal sobre o vazamento. De acordo com o delegado Fábio Scliar, responsável pelo caso, cinco engenheiros que trabalham embarcados na plataforma deverão prestar esclarecimentos na próxima semana. Outros dois funcionários administrativos também foram intimados.

Os depoimentos estão previstos para ocorrer na quarta, 23, e na sexta-feira, 25. O delegado disse que, por enquanto, não há necessidade de se convocar integrantes da direção da empresa para prestar esclarecimentos.

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