A cota do Rio Madeira atingiu 25,44 m nesta terça-feira, 1º, no município de Humaitá, sul do Amazonas, dois metros acima do nível registrado na cheia histórica de 1997. É o nível mais alto já atingido pelo rio desde que passou a ser monitorado. Apenas nesse município, o número de desabrigados chegou a 20,7 mil. A cidade está isolada desde fevereiro. Os governos estadual e federal reconheceram o estado de calamidade pública decretado pela prefeitura. Os flagelados são atendidos em trinta abrigos montados em escolas ou improvisados. O início do ano escolar foi adiado e 15 mil alunos estão sem aulas.

continua após a publicidade

Outros municípios amazonenses da calha do Madeira estão em estado de emergência. Há desabrigados em Manicoré, Novo Aripuanã, Borba e Nova Olinda do Norte, que tiveram a situação de emergência reconhecida pelo Estado. A rodovia Transamazônica está alagada num trecho de trinta quilômetros entre Humaitá e Apuí. As ligações com Porto Velho e Lábrea também são precárias. Guajará, Ipixuna, Canutama e Boca do Acre tiveram decretado estado de emergência. De acordo com a Defesa Civil, o número de pessoas afetadas pela cheia dos rios chega a 66,7 mil no Amazonas. Os municípios recebem ajuda do governo.

Em Rondônia, as águas do Rio Madeira mantinham-se na marca de 19,67 m nesta terça-feira em Porto Velho. Na capital, o serviço de balsas funciona precariamente em razão da forte correnteza. As cidades de Guajará-Mirim, Nova Mamoré, Rolim de Moura, Ji-Paraná, Extrema, Mutum e Cacoal também foram atingidas pelas águas do Madeira e de seus afluentes. Mais de 20 mil pessoas estão desabrigadas ou desalojadas. O tráfego em algumas das principais rodovias do Estado, como a BR-364 e a BR-319, está interrompido. Nas regiões alagadas, surgem surtos de doenças. Foram diagnosticados casos de leptospirose, febre tifoide e há dois casos suspeitos de cólera em Jacy-Paraná, distrito de Porto Velho.

continua após a publicidade