Chacina de Acari faz 20 anos sem punição a culpados

A pena da Chacina de Acari, na qual foram mortas 11 pessoas, prescreveu ontem, às 23h30, sem que Polícia Civil nem Ministério Público Estadual encontrassem os culpados do crime ocorrido em Magé, na Baixada Fluminense, há vinte anos. Agora, as Mães de Acari enviarão um pedido de ajuda à Anistia Internacional para que o depoimento de uma testemunha no processo que apura a responsabilidade pela morte de uma das mães, Edméa da Silva Euzébio – morta em 1993, durante as investigações da chacina -, seja anexado ao processo que prescreveu.

“Nós nos dedicamos tanto a colher provas e o Ministério Público não deu a devida atenção. Disse que precisavam de mais dados e nada foi feito”, reclamou a fiscal de fábrica licenciada Marilene Lima de Souza, que perdeu a filha no episódio. A promotora Graça Mattos de Oliveira Portocarrero, coordenadora da 3.ª Central de Inquéritos do Ministério Público, não quis falar com a reportagem. Em nota, relatou os passos do processo e apontou a dificuldade em encontrar os corpos dos 11 desaparecidos.

Após a realização de um culto e uma caminhada pelas ruas de Acari e Vigário Geral, na zona norte do Rio de Janeiro, parentes de vítimas de violência acusaram o governo de ser conivente com os suspeitos. “Vamos levar os detalhes da investigação à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) para mostrar que o caso não foi adiante por conivência das autoridades e não por falta de provas”, avisou Maurício Campos, um dos coordenadores da Rede Contra a Violência.

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