Certidões de óbitos dos 14 mortos apresentadas nesta quarta-feira, 19, por representantes da Missão Belém mostram que as vítimas morreram por causas variadas, como sepse (infecção generalizada), insuficiência cardíaca, edema agudo do pulmão e pneumonia.
Segundo especialistas, no entanto, quadros de diarreia e intoxicação alimentar podem ter piorado a situação dos abrigados já doentes. “Quando a pessoa é idosa e tem sistema imunológico falho, uma infecção intestinal pode ser uma facilitadora do agravamento do quadro”, diz o infectologista Marcos Boulos, coordenador do controle de doenças da Secretaria da Saúde de São Paulo.
Fundador da Missão Belém, o padre Giampietro Carraro disse nesta quarta-feira, em nota, que “pode ser que os problemas intestinais tenham agravado o quadro já difícil” de alguns pacientes, mas que a intoxicação não pode ser considerada a causa da morte. O religioso reiterou ainda que a Missão Belém não é clínica nem abrigo, mas, sim, “uma família para quem não tem família”, que faz um trabalho “que caberia aos órgãos públicos” sem receber nada dos governos. “Foram milhares os doentes acolhidos das ruas nesses 12 anos. Muitos recuperaram a saúde, mas alguns vieram a falecer e os acompanhamos como uma família, até a morte”, disse o religioso.
A Arquidiocese de São Paulo, em nota, lamentou as mortes, mas ressaltou que a Missão Belém tem acolhido moradores de rua “muitas vezes rejeitados pela sociedade” e sem contar com verbas públicas.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.