A cada ano, cerca de 35 mil pessoas morrem em acidentes de trânsito no Brasil, o que dá uma média de quase 100 mortes por dia, ou mais de duas por hora. De cada dez mortos, oito são homens e na grande maioria, jovens. O álcool figura como o grande vilão do trânsito, estando presente em mais de 70% dos envolvidos nesses acidentes, que causam um prejuízo de R$ 25 bilhões ao ano ao País com o atendimento das vítimas na rede pública de saúde.

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Esses dados, levantados pelo governo federal, levaram o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, a qualificar a violência nas estradas como "uma epidemia nacional" hoje, no lançamento do Comitê Nacional pela Saúde, Segurança e Paz no Trânsito. A solenidade, realizada no Palácio do Planalto, contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de quatro ministros, além do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), alvo de processos de cassação do mandato por quebra de decoro.

O comitê faz parte da Semana Nacional de Trânsito, que começou ontem e se estenderá até o próximo dia 25. O objetivo, segundo Temporão, é desenvolver uma espécie de vacina para reduzir os índices de mortalidade no trânsito, que não cedeu após dez anos de vigência do Código de Trânsito Brasileiro, com suas pesadas multas, e ocupa o primeiro lugar entre as causas não naturais de óbitos no País.

Só algumas causas naturais, como doenças cardio-vasculares e o câncer, superam a violência das estradas brasileiras. "Do ponto de vista da saúde pública, trata-se de uma epidemia", enfatizou Temporão. Para ele, o tema deve ser colocado como agenda permanente do governo e da sociedade. Sugeriu também uma visão multifocal do tema, voltada sobretudo para o jovem e muitas campanhas educativas de massa por todo o País.

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