As centrais sindicais querem que o BNDES leve em conta critérios sociais na avaliação da concessão de empréstimos. O assunto foi debatido nesta segunda-feira (20) com o presidente da instituição, Luciano Coutinho. "Como parte dos recursos vem do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), os financiamentos do banco deveriam ter esse controle", afirmou o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho.
Segundo o sindicalista, várias empresas que recebem verbas do BNDES desrespeitam direitos dos trabalhadores. "Cerca de 80 mil bolivianos trabalham hoje em regime de semi-escravidão como terceirizados para grandes confecções, e muitas delas recebem dinheiro do banco", criticou. Paulinho defendeu o aumento dos repasses do FAT para o BNDES, a fim de ampliar os financiamentos para obras de infra-estrutura.
Atualmente, 40% dos recursos do fundo são direcionados à instituição, o que equivale a um fluxo anual de aproximadamente R$ 4 bilhões, de acordo com Luciano Coutinho. O executivo se comprometeu a estudar a proposta de reforçar a avaliação de critérios socioambientais nos financiamentos. "Hoje, o BNDES já exclui as empresas que estão na lista negativa do Ministério do Trabalho", destacou. Coutinho afirmou que o banco nunca teve como objetivo financiar projetos que permitam a transgressão de direitos dos trabalhadores.