Brasília – O chefe do Centro de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), brigadeiro Jorge Kersul, afirmou que a instituição foi criticada por órgãos internacionais por divulgar o conteúdo das caixas-pretas do Airbus da TAM à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo na Câmara dos Deputados. Por isso, acrescentou, o órgão vive um momento de descrédito.
Ele ponderou, no entanto, que o Cenipa não pode deixar de encaminhar informações para outros órgãos de investigação quando recebe ordem judicial para isso.
"Somos vencidos e temos que dividir nossa informação com outros órgãos, que têm que estabelecer culpa ou responsabilidade [sobre o acidente], coisa que não é unção do Cenipa", disse nesta quinta-feira (2) aos deputados da CPI.
Ao lembrar que existem legislações internacionais que proíbem a divulgação desse tipo de informação, ele afirmou que este é o momento "oportuno" para o Brasil "definir qual legislação quer utilizar". "E deixar claro qual tratamento dará à investigação, pois as informações são muito delicadas".
Aos parlamentares da CPI, o brigadeiro afirmou não ter informações novas sobre o caso e que ainda é cedo para cobrar uma solução. "O que temos são dados. Por isso, não tenho nada a acrescentar. Não sou piloto da aeronave e não estou na investigação".
Por fim, Kersul criticou a divulgação de declarações não contextualizadas, que podem levar "a conclusões erradas" sobre o acidente.
"Muita coisa foi publicada, muitas vezes sem embasamento, e a gente fica procurando a intenção dessas pessoas e o interesse por trás das publicações".