O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, confirmou perspectivas de investimentos brasileiros em Cuba nas áreas de petróleo, mineração e créditos para a compra de alimentos. Atualmente, o Brasil compra vacina dos cubanos. Além disso, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e instituições cubanas trabalham em conjunto na área de biotecnologia.
Segundo Amorim, as relações entre Brasil e Cuba atravessam uma fase de consolidação. ?Tudo ajuda a sedimentar uma relação que sempre foi excelente e talvez tivesse menos substância econômica do que poderia ter?, ressaltou.
O ministro fez as afirmações na Guatemala, antes de embarcar para Cuba com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o chanceler, a reeleição de Lula permitiu com que a cooperação entre os dois países fosse ampliada.
?Graças à reeleição do presidente Lula, algumas coisas semeadas agora podem ser aproveitadas?, declarou. ?Essas coisas levam tempo para se consolidar?, completou Amorim, frisando que as dificuldades burocráticas para o aprofundamento nas relações bilaterais agora estão sendo vencidas.
Amorim também comentou a libertação de Clara Rojas e Consuelo González, mantidas reféns por quase seis anos pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Ele Ele disse que o governo colombiano deve pôr o objetivo humanitário em primeiro lugar, tendo equilíbrio, calma e tranqüilidade nas negociações de libertação dos outros reféns.
?Ficamos muito contentes com o que aconteceu. Todos saíram ganhando com essa negociação?, avaliou. ?Vamos continuar caminhando com cautela para dar liberdade a outras pessoas.?
O chanceler defendeu o diálogo entre o governo colombiano e as Farc, mas destacou que isso não significa dar espaço político aos guerrilheiros: ?Evidentemente, se é preciso negociar por motivos humanitários, mas isso não implica dar às Farc status político, o que torna até difícil esse diálogo?.
Indagado se as Farc deveriam ser consideradas como organização terrorista, Amorim disse que a única organização classificada como terrorista pelo Brasil é a Al Qaeda. ?O Brasil segue a classificação da ONU [Organização das Nações Unidas]?, justificou o ministro.