O governo Lula admitiu nesta sexta-feira (7) pela primeira vez que a atuação das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) transformou-se num "problema regional", deixando de ser uma questão interna e exclusiva da Colômbia, e que terá de passar por uma solução que envolva o continente. "Inevitavelmente, houve uma regionalização do problema, que nós próprios do Brasil até hoje não tratávamos como tal", disse o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, em discurso na reunião de encerramento do Grupo do Rio, na República Dominicana.

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Amorim disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, assim como a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, e outros chefes de governo sul-americanos, entende que a solução para o problema das Farc precisa ser regional. Ele defendeu a resolução da Organização dos Estados Americanos (OEA) que condenou a invasão do território equatoriano pela Colômbia, na operação do último sábado, quando foi morto Raúl Reyes, o número dois das Farc, como fator fundamental para que seja resolvida a crise entre Equador e Colômbia.

Amorim ressaltou que, passada essa fase do caso Equador-Colômbia que necessita de uma solução urgente, os países sul-americanos têm de começar a pensar numa solução regional para o problema das Farc. "Quando se entra na discussão mais complexa da relação do governo da Colômbia com as Farc e da situação regional das Farc, aí sim, entramos numa questão muito mais difícil", disse Amorim. Em seguida, ele disse que o problema está inserido num quadro maior, "uma discussão mais profunda, a de que precisamos encontrar uma solução para nosso continente", afirmou.

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