A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou o relatório do senador Romero Jucá (PMDB-RR) contrário às emendas apresentadas à proposta de emenda constitucional (PEC) que prorroga a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) até 2011. O PSDB e o DEM votaram contra. Agora, os parlamentares examinam os destaques ao relatório, que são emendas analisadas individualmente pelo plenário.
Durante a sessão, a temperatura esquentou. A discussão acirrou-se quando o senador Wellington Salgado (PMDB-MG) disse que não entendia o comportamento dos tucanos, que têm se posicionado contra a CPMF, embora o tributo tenha sido criado no governo Fernando Henrique Cardoso, e também porque o governo Lula já se comprometeu a reduzir a alíquota no tributo e adotar medida de controle de gastos.
A manifestação, que teve certo tom de ironia, irritou os senadores do PSDB. O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) exigiu respeito do senador Salgado. "Não aceito que esse assunto seja colocado com chacota", afirmou Tasso, que destacou que o tributo foi criada no governo Fernando Henrique em um situação de adversidade na economia nacional e internacional e que hoje o Brasil vive uma situação completamente oposta, que dispensaria a CPMF.
Fome
Tasso tentou exemplificar a mudança. Olhando o relógio, que marcava 13h30, perguntou ao senador Demóstenes Torres (DEM-GO) se ele estava com fome e o parlamentar disse que sim. Em seguida Tasso afirmou "daqui a pouco, depois que almoçar, o senhor estará com fome?". Demóstenes respondeu "um pouco, porque estou de regime", disse, causando risos na platéia. Tasso pretendia mostrar que após o almoço ele deveria estar saciado, que as decisões políticas mudam de acordo com as circunstâncias.
Ele afirmou que o problema da Saúde no Brasil não é a existência ou não da CPMF, mas sim a má gestão. Tasso reclamou também do senador Wellington Salgado, que distribuiu um panfleto com informações sobre o pacote de investimentos para a Saúde.