O escândalo político que envolve o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), interfere diretamente na votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) pelo Congresso. Pela Constituição a LDO tem de ser votada até o dia 17 de julho, ou, do contrário os deputados e os senadores não poderão entrar em recesso parlamentar no mês de julho. Deputados já prevêem que haverá disputa política no plenário com questionamentos sobre a legitimidade de Renan em permanecer no cargo, caso o presidente do Senado insista em presidir a sessão conjunta (constitucionalmente o presidente do Senado convoca e preside as sessões conjuntas do Congresso).
Na Câmara, o ambiente será mais hostil a Renan do que no Senado. Para evitar constrangimentos, Renan poderá optar por deixar a sessão sob a responsabilidade do vice-presidente do Congresso, o deputado Nárcio Rodrigues (PSDB-MG), primeiro vice-presidente da Câmara. Entretanto, a ausência de Renan será entendida como uma incapacidade política de o senador enfrentar o plenário, expondo a sua fragilidade. Renan foi acusado de ter parte de suas despesas pessoais custeada por lobista da empreiteira Mendes Júnior e de ter apresentado recibos falsos para comprovar sua renda. O recesso parlamentar de julho é previsto pela Constituição no período de 18 a 31 de julho.