O vereador Marcello Siciliano (PHS) disse nesta quarta-feira, 9, que a acusação de que ele tem envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) é um “factoide”. A denúncia foi feita à polícia por uma testemunha, que agora está sob proteção. Para o vereador, o relato não tem credibilidade. A vereadora foi executada no dia 14 de março. A polícia investiga a participação de milícia no caso.

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“Quero expressar minha indignação como ser humano. Estou perplexo. Minha relação com a Marielle era muito boa. Podem buscar as câmeras da Câmara. Ela sentava na minha frente, a gente conversava muito, se abraçava, se beijava. Nunca teve conflitos políticos. Ela participou da minha festa de aniversário. Estou sendo massacrado nas redes sociais. Mais do que nunca, quero que o caso seja resolvido” disse Siciliano, numa entrevista coletiva que ele mesmo convocou, e que aconteceu no auditório de um prédio no Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste do Rio.

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Segundo a denúncia, divulgada nesta terça-feira pelo jornal O Globo o vereador, com atuação no ramo da construção civil, teria participado no ano passado de uma reunião num restaurante com um ex-policial militar chamado Orlando de Oliveira Araújo, hoje preso, na qual teria dito que Marielle estaria lhe “atrapalhando”. Ela teria sido chamada por Siciliano de “piranha do Freixo”, alusão ao deputado Marcelo Freixo (PSOL), com quem a vereadora trabalhou antes de se eleger.

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O assassinato da vereadora teria como motivação suas ações em favelas da zona oeste, área de domínio de uma milícia, segundo a testemunha. Marielle se opôs a construções na Cidade de Deus, favela da zona oeste, o que teria desagradado milicianos. O crime é atribuído pela testemunha a Siciliano e a Araújo.

“A Cidade de Deus nunca foi meu reduto eleitoral”, rebateu o vereador. Seus redutos, afirmou, são Vargem Grande e Vargem Pequena, bairros também na zona oeste. “Eu sou um vereador muito atuante em áreas de comunidades carentes. Vou à zona oeste, zona norte. Falo com muitas pessoas, é muito difícil saber os nomes. Se em algum momento interagi com alguém chamado Orlando, não sei. Mas nunca tive reunião. Esse encontro nunca aconteceu”.

O vereador negou qualquer participação em atividades de milícia. “Sou contra qualquer tipo de poder paralelo”. Siciliano afirmou que não é possível dizer por que seu nome foi citado. “Tenho mais de quatro mil ofícios protocolados com órgãos públicos. Isso incomoda. Só pode ser isso”, avaliou.

O vereador declarou que sua bandeira é o direito à cidadania da população carente e que, apesar de estar num campo ideológico oposto ao de Marielle, nunca travou embate com ela na Câmara. “Eu não participo do pequeno expediente. Sou um vereador de rua.”