Com a dispersão de peregrinos e cariocas com o fim da última missa da Jornada Mundial da Juventude, dois grupos chamaram atenção ao portar faixas contrárias a leis que permitam o aborto.
O carioca Flober Coutinho, de 59 anos, e sua mulher levaram uma faixa negra em que pediam à presidenta Dilma Rousseff que rejeite o Projeto de Lei (PL) 03/2013, que, segundo ele, defende o aborto. O projeto trata do protocolo de assistência às vítimas de violência sexual que deverá ser obedecido nos hospitais da rede pública. Trechos do projeto estabelecem que devem ser feitos a “profilaxia da gravidez” e o “fornecimento de informações às vítimas dos direitos legais e de todos os serviços sanitários disponíveis”.
“Vamos tentar mostrar a ela” disse Flober, que não conseguiu se aproximar do local onde o carro da presidenta passou.
Um grupo maior, de venezuelanos, trazia outra faixa, de nove por cinco metros, com a bandeira de seu país e a frase “Sim à Vida”, acompanhada do desenho de um feto dentro do útero. Ao todo, eram 36 pessoas, da Paróquia San Martin de Porres, da cidade de Valencia.
“Essa bandeira é para dizer não ao aborto e para apoiar o Brasil para que não seja aprovado aqui. A vida é um direito do ser humano”, disse o seminarista Luiz Rodriguez, de 22 anos.
Ele rebate o argumento de que o direito da mulher ao próprio corpo permite a possibilidade de abortar. “Não é somente o corpo dela. O bebê não é uma parte do corpo humano”.
Ontem (27), centenas de manifestantes participaram da Marcha das Vadias, na orla de Copacabana. Entre as mensagens da marcha estavam o fim do preconceito contra homossexuais e o da violência contra as mulheres, além da legalização do aborto.