Carteira do idoso só chega a 0,19% do público-alvo no primeiro mês

Brasília – Dos quatro milhões de idosos que têm direito à carteira do idoso, lançada há pouco mais de um mês pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, apenas 7.753 (0,19%) conseguiram o documento até agora. A informação é da coordenadora de Política Nacional do Idoso do MDS, Patrícia De Marco.

O documento permite a pessoas de 60 anos ou mais, que ganham até dois salários-mínimos ou não podem comprovar renda, fazer viagens interestaduais de forma gratuita ou com 50% de desconto.

A coordenadora chama atenção para a necessidade de divulgar o benefício no âmbito do município. ?Nessa fase, a divulgação é o mais importante, porque o idoso só pode demandar se ele tiver a informação de que [a carteira] está disponível?, afirmou a coordenadora.

Para obter a carteira, o idoso deve se dirigir à Secretaria de Assistência Social do município em que mora e fazer a inscrição no cadastro único de programas sociais do governo. Por esse motivo, a coordenadora alega que a divulgação é responsabilidade municipal.

?O idoso é cadastrado nos órgãos municipais. Então é a secretaria que também tem que divulgar onde é feito o cadastramento e onde o idoso vai receber a carteira?, disse a coordenadora do MDS, em entrevista à Agência Brasil.

Um dos municípios campeões de emissão do documento é Inhumas (GO). A gestora do programa Bolsa-Família da Secretaria de Promoção Social da cidade, Paula de Araújo Oliveira, disse que já foram emitidas 155 carteiras e 600 pessoas fizeram o cadastro para obter o direito.

Segundo ela, a grande procura aconteceu por causa da atualização do cadastro único e da divulgação do benefício no centro de convivência de idosos da cidade.

?Para fazer a carteirinha é preciso inserir o idoso no cadastro único que é o mesmo cadastro do Bolsa Família, um programa que nós temos no município?, afirmou.

?Outra coisa que contribuiu bastante é que ao lado da Secretaria de Promoção Social, onde a gente trabalha com esses programas, tem um centro de convivência de idosos. Nós começamos com eles, que foram os primeiros a fazerem essas carteirinhas. Depois, esses idosos também ajudaram da divulgação dessa carteirinha?, disse a gestora.

A divulgação no centro de convivência de idosos também contribuiu para a procura da carteira no município de Várzea Grande (MT), outro campeão de emissões. De acordo com o coordenador do Bolsa-Família e do cadastro único da cidade, Elviu dos Anjos, a prefeitura procurou mobilizar a população.

?Através do centro de convivência nós conseguimos mobilizar a grande maioria de idosos e conseguimos fazer as inscrições. Serão emitidas 475 carteirinhas.?

A coordenadora do MDS disse que os centros de convivência têm grande importância na divulgação do documento.

?Com certeza os lugares onde os idosos estão nucleados e têm a prática de se reunir, discutir temas dos seus interesses, seus direitos e tudo mais. Lá eles têm mais acesso a informações. Por isso, a carteira do idoso acaba sendo melhor divulgada?, defendeu Patrícia.

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