Cartas revelam contabilidade de facção criminosa

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), órgão do Ministério Público Estadual (MPE), investiga 30 cartas destinadas aos chefões do Primeiro Comando da Capital (PCC), que foram apreendidas com uma mulher que tentou entrar em presídio de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo.

Em 29 de setembro, Andreia Cristina da Silva foi presa quando tentava entrar na P2 de Presidente Venceslau com 30 cartas. Após ser barrada na portaria, Cristina, que era monitorada, foi levada com a advogada para a Santa Casa de Presidente Venceslau. Ela passou por exame de raio x, que indicou que havia um invólucro de plástico no corpo.

 

Cristina é namorada do preso Alexandre Amorim de Freitas, integrante do PCC, que repassava aos líderes as cartas levadas pela mulher. As cartas, na verdade, são planilhas dos negócios da facção. “São planilhas da contabilidade do PCC, toda semana há visitantes que levam e trazem cartas”, afirmou um promotor do Gaeco. A contabilidade sobre a venda de drogas e o arsenal de armas, por exemplo, constam dessas cartas.

 

“Estão (nas planilhas) a contabilidade do tráfico e o controle do armamento”, afirma o promotor. Ele calcula que o PCC tem hoje “até mais de 200 fuzis”, entre ARs-15 e AKs-47.

De acordo com o promotor, o PCC paga até R$ 2 mil por semana para visitantes que levam e trazem mensagens escritas. “Não é apenas por meio do celular que as ordens continuam sendo transmitidas pela liderança presa aos integrantes em liberdade. Eles adotaram o bate-bola, uma troca de recados, eles contratam pessoas por até R$ 2 mil, que vão visitar outros presos, e estes repassam cartas dos líderes que estão na P 2”, afirma. Cerca de 6 mil membros do PCC estão encarcerados nos presídios paulistas. O número de militantes soltos é de 2 mil, segundo o promotor.

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