Mais uma viatura do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) foi incendiada nesta terça-feira, 7, em meio a uma série de retaliações que têm ocorrido nos últimos meses contra as ações do órgão de combate a desmatamento e à mineração.

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O alvo desta vez foi uma caminhonete da fiscalização que estava estacionada em uma rua na cidade de Guariba (MT), próximo a Colniza, no noroeste do Estado. O carro era de Goiás e fazia parte de uma operação de rotina que ocorre em toda a Amazônia para o combate ao desmatamento chamada Onda Verde.

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Mas o Ibama acredita que o ataque tenha sido em retaliação a várias ações de combate à retirada de madeira ilegalmente de terras indígenas da região, como as de Aripuanã, Piripikura e Kawahiva.

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“São terras indígenas com índios isolados, o madeireiro entra e tira madeira. É um movimento que tem de se valido de muito crédito virtual que está disponível, créditos que sobram de planos de manejo ou de empresas fantasmas. Eles usam isso para ‘esquentar’ as madeiras extraídas ilegalmente dentro das terras indígenas e quando elas chegam ao Rio e São Paulo parecem ‘legalizadas'”, explica Livia Martins, superintendente do Ibama em MT.

É em cima desse movimento que o órgão estava agindo ao longo da última semana. “A gente está entrando nas TIs e flagrando um volume muito grande de madeira. Na maioria dos casos, fazemos a apreensão, mas se não tem como retirar, destruímos os equipamentos para não ter reincidência”, afirma. Ela diz que nos últimos dias a inteligência do órgão começou a detectar um número alto de postagens em redes sociais com incitação à violência contra funcionários do Ibama.

Uma delas, postada há dois dias, dizia: “Só acho q fogo no Ibama ou em carro do governo não muda nada… Deveria ser nos carros particular (sic) ou na casa deles. Quem sabe em outra abordagem eles ia (sic) rever suas ação (sic) e respeitar quem realmente está suando para ganhar seu pão de cada dia…”

É o segundo ataque em menos de duas semanas. No dia 28, as sedes do Ibama e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), além de vários carros e um barco foram incendiados em Humaitá (AM) após ação de combate ao garimpo ilegal.

Em julho, um caminhão-cegonha com oito carros do Ibama foi queimado na BR-163, em Altamira, no Pará. A área ficou no centro da polêmica sobre a Medida Provisória (MP) 756, que reduzia a Floresta Nacional de Jamanxim. Na época, manifestantes pró-MP faziam bloqueios na via.