O carnaval de rua do Rio arrastou multidões em blocos tradicionais no segundo dia de folia. À tarde, o Simpatia é Quase Amor, fundado nos anos 1980, levou 250 mil pessoas à Avenida Vieira Souto, na orla da praia de Ipanema, conforme estimativa dos organizadores. Mais cedo, o Bangalafumenga e o Cordão do Boitatá, fundados nos anos 1990 e importantes para a revitalização do carnaval de rua do Rio, levaram, respectivamente, 150 mil pessoas ao Aterro do Flamengo e 50 mil pessoas à Praça XV, informou a Riotur, órgão de promoção ao turismo.

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A Praça XV, marco do Centro histórico do Rio, onde fica o Paço Imperial, foi tomado por foliões fantasiados para assistir às 8 horas de baile carnavalesco do Cordão do Boitatá. A crítica política marcou as fantasias, com caracterizações de “coxinha”, foliões pedindo a saída do presidente Michel Temer e até mesmo uma fantasia de “muro de Dória”, numa referência à ação do prefeito João Dória contra grafites e pichações.

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Entre as crianças, um Papai Noel foi o grande sucesso. Ao longo do dia, elas se aproximavam do “bom velhinho” Maurício Osório, um advogado de 29 anos. “Há seis anos venho ao Boitatá de Papai Noel, e a reação das crianças é sempre a mesma. Elas não entendem o que Papai Noel está fazendo no carnaval”, disse Osório, que garante que a blusa de manga e farta barba branca não atrapalharam a brincadeira.

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A fantasia de Osório pode esquentar, mas o folião foi ajudado pelo clima. Com dia chuvoso no Rio, a máxima não passou os 32 graus Celsius, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Ao longo do show do Boitatá, no Centro, o sol não apareceu, e choveu forte em alguns momentos. Desde 2013, o Boitatá desfila no domingo anterior ao carnaval, deixando para o domingo de carnaval apenas o baile, num palco montado.

Neste carnaval, o bloco comemorou seus 21 anos homenageando grandes nomes da música brasileira, como Tom Jobim (que teria completado 90 anos este ano), Ismael Silva e Moacir Santos. O baile foi marcado por participações especiais dos compositores João Donato e Jards Macalé. “Eu estou na Praça XV. Então, vou cantar o Mambo da Cantareira (antiga estação das barcas Rio-Niterói)”, disse Macalé, pouco antes de subir ao palco, de peruca e óculos escuros. O compositor disse que estava fantasiado de “Jards Macalé misterioso”.

Também no Centro, mas nas pistas do Aterro do Flamengo, o bloco Bangalafumenga juntou 150 mil foliões e também teve participações especiais. Subiram ao palco a cantora e atriz Lucy Alves e o sambista Pretinho da Serrinha. Na zona sul, o Simpatia é Quase Amor foi o bloco mais popular a desfilar no domingo de carnaval. Para o carnaval deste ano, o bloco homenageia os 100 anos do samba.