Em Formosa, no interior de Goiás, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministra Cármen Lúcia, visitou na manhã desta sexta-feira, 9, as instalações do novo Presídio Estadual da cidade, que fica a 280 km de Goiânia.
No local, que tem capacidade para 300 vagas, Cármen encontrou o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). Pela manhã acontece a solenidade de inauguração. Este é o primeiro de cinco presídios que serão abertos no Estado, que devem acrescentar 1.588 vagas ao sistema prisional de Goiás, segundo a Diretoria Geral de Administração Penitenciária do Estado.
Durante a visita, acompanhada por representantes e autoridades da cidade, do Estado, do CNJ e do STF, Cármen ouviu a certificação de Perillo de que a capacidade do novo local será respeitada. “Temos o compromisso. Trezentas vagas são trezentas vagas”, disse o governador.
A viagem também marca um mês da ida de Cármen à Goiânia, quando se reuniu com Perillo e autoridades do judiciário sete dias após um confronto entre detentos do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia que deixou nove mortos. O complexo ainda foi palco de outros dois motins no início do ano.
Depois da inauguração do presídio em Formosa, ela viaja novamente à capital de Goiás. Lá, participa de um ato de destruição de armas apreendidas na sede do Exército, junto do governador. Depois Cármen e Perillo seguem para o Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) para a segunda reunião da força-tarefa criada para discutir a crise do sistema prisional goiano.
Segundo o governo do Estado, o novo presídio custou cerca de R$ 19 milhões aos cofres públicos. A construção visa melhorar a situação do sistema prisional goiano e atender as resoluções estabelecidas pelo Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária.
O presídio tem 6 mil metros quadrados, com sala de aula, pátio para tomar sol, área para atendimento psicológico e espiritual, além de galpões e guaritas de segurança, segundo o governo.
São dois pavilhões de celas, que comportam de um a oito presos cada uma, separados de acordo com o nível de periculosidade. Além das vagas coletivas, o local tem quatro celas para isolamento.
Transferência
Segundo o vice-governador do Estado, José Eliton, 110 presos da cidade serão transferidos para o novo presídio. O processo estratégico de transferência das vagas de outras cidades, como de Goiânia, ainda será definido, e não deve demorar, segundo o vice.
Ele ainda contou que o local do regime semiaberto no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia será demolido e substituído por uma nova construção, em outro local. Foi lá que aconteceu a primeira rebelião de 2018 no Estado, que resultou na morte de nove presos.