Carlismo busca futuro após ?vazio?

Salvador – Destacando-se entre os cinco mil rostos anônimos que velaram o corpo de Antonio Carlos Magalhães, esta tarde em Salvador, políticos de filiação comunista, tucana ou petista prestaram reverência aos 50 anos de vida pública do soteropolitano. Aliados e seguidores discutem, ainda antes de seu enterro, o futuro do ?carlismo? sem Antonio Carlos.

"Vamos ter um vazio?, atesta Rodolpho Tourinho, ex-senador pelo Democratas da Bahia de ACM. "Só o tempo dirá se o grupo carlista continuará vivo?. O ex-governador Paulo Souto pregava a união dos aliados para superar sua falta. "Vai ser difícil alguém personificar o que foi Antonio Carlos para a Bahia. É necessário que o grupo ligado ao senador una-se para dar andamento ao seu trabalho?.

Os dois políticos são, em si, expressão do ocaso do ?carlismo?. Ambos foram derrotados na última eleição pelo bloco local que unia PT, PMDB e PDT. Tourinho, ministro das Minas e Energia no governo Fernando Henrique, não conseguiu renovar seu mandato de senador. Foi derrotado por João Durval (PDT). O mesmo aconteceu com Souto, que tentava a reeleição e foi superado, ainda no primeiro turno, por Jacques Wagner (PT).

Enquanto os seguidores ?carlistas? no estado prevêem um futuro difícil, aliados nacionais apostam na força de seu legado pessoal. ?O carlismo continuará vivo?, segundo o senador Marco Maciel (DEM-PE), vice-presidente de Fernando Henrique quando ACM atingiu o ápice de influência nacional, ao presidir o Senado por duas vezes. ?ACM formou gerações e as pessoas que foram por ele recrutadas ganharam projeção nacional. Ele sabia escolher quadros.?

"ACM deixou um legado político muito grande e os novos políticos que estão surgindo saberão continuar o seu legado?, prevê Renan Calheiros (PMDB-AL), sucessor do político baiano no comando do Senado. Já o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) vê mudanças. "Com certeza, será diferente. A personalidade de Antonio Carlos era única?.

A liderança política de Antonio Carlos Magalhães sobre a Bahia estava caminhando para o fim, na opinião do historiador Marco Antonio Villa, professor do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de São Carlos. "Antes dela terminar, a morte acabou encerrando o ocaso político do senador?, avalia.

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