Carla matou Ubiratan, afirma a polícia

Foto: Arquivo/O Estado

Todas as provas do crime apontam para a advogada Carla Cepollina, que deve ser indiciada hoje.

O delegado Armando de Oliveira Filho, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de São Paulo, disse ontem que a polícia tem convicção absoluta que a advogada Carla Cepollina matou o coronel Ubiratan Guimarães. O crime ocorreu em 9 de setembro, no apartamento do ex-deputado, na região dos Jardins. O depoimento da advogada, que estava marcado para ontem, foi adiado para hoje.

O delegado declarou que a advogada Carla Cepollina deverá ser indiciada hoje, após o interrogatório, por homicídio doloso e duplamente qualificado – motivo fútil e impossibilidade de defesa da vítima. ?Cem por cento de certeza. Estamos bastante seguros, temos um conjunto probatório coeso. Nada que venha agora poderia alterar esta nossa convicção absoluta de ser Carla Cepollina a autora do crime?, disse.

O delegado detalhou as armas que foram encontradas segunda-feira na residência de Carla e da mãe dela, Liliana Prinzivalli: um revólver calibre 38, uma espingarda calibre 32 e uma pistola 765. Pelo menos duas destas armas teriam pertencido ao pai de Carla, mas não havia documento de transferência. Conforme, ainda, o delegado, é improvável que o revólver calibre 38 utilizado no crime seja o mesmo encontrado na residência de Carla.

As armas foram encontradas pela polícia por causa da diligência feita segunda-feira à noite no apartamento onde residem Carla e sua mãe. Liliana Prinzivalli acabou presa e autuada por porte ilegal de armas, mas foi libertada após pagamento de fiança de R$ 800. As armas encontradas na residência agora serão periciadas para verificar se têm ou não alguma ligação com a morte de Ubiratan.

Depoimento decisivo

A revelação feita por uma empregada de Carla Prinzivalli Cepollina foi decisiva para que a polícia concluísse que a advogada foi a autora do crime. Na quinta-feira passada, a empregada, que lavou as roupas usadas por Carla no dia do crime, declarou que as peças apresentavam manchas vermelhas. A polícia suspeitou que fosse sangue. Este foi um dos quatro depoimentos que relacionavam Carla ao crime. Os outros três foram de moradores do prédio do coronel que escutaram o disparo no momento em que ela estava no apartamento. De acordo com o advogado Vicente Cascione, que representa a família de Ubiratan, Carla deve admitir a autoria do crime. Para ele, o cerco à suspeita se fechou. ?Manter a negativa diante de provas tão contundentes não seria de bom senso.? 

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