Brasília (AE) – Depois de uma hora e 30 minutos de reunião, o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), candidato à reeleição, e o candidato a presidente da Casa Arlindo Chinaglia (PT-SP) chegaram à conclusão de que os apoios partidários que obtiveram tornaram as duas candidaturas irreversíveis. A informação foi dada ontem por Aldo Rebelo após a reunião entre os dois pretendentes que integram a base aliada do governo federal.
Aldo Rebelo e Chinaglia chegaram juntos para o encontro, depois de participarem da solenidade de sanção da Lei de Saneamento, no Palácio do Planalto. Para mostrar que as divergências transcorrem num ambiente civilizado e democrático, os dois adversários trocaram um abraço diante das câmeras de televisão. Questionado se tratava-se de um abraço de conciliação, Rebelo disse que ?democracia comporta tanto disputa quanto acordo?. E repetiu a resposta ao ser questionado se um acordo entre ele e Chinaglia para a definição de um único candidato seria possível.
Sobre a possibilidade de ir para um ministério, caso perca a disputa, Rebelo declarou: ?Sou candidato à presidência da Câmara?. Segundo ele, a sua candidatura não é um projeto pessoal mas de um conjunto de partidos, sinalizando com isso a sua disposição de continuar na disputa.
O outro candidato, Chinaglia, disse que o abraço entre os dois foi sincero e que a presença dele na cerimônia foi a convite do cerimonial da Presidência da República. ?A cerimônia era importante e a agenda estava leve?, declarou. Sobre o fato de estarem em lados opostos por causa da disputa, Chinaglia lembrou que a amizade dele com Rebelo é antiga. ?É a vida, fazer o quê.? Chinaglia disse ainda que não tem conhecimento de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha estabelecido a data de 20 de janeiro para que os dois candidatos se entendam em torno de uma candidatura única.
Chinaglia disse que ele e Aldo Rebelo fizeram uma avaliação política das candidaturas e firmaram um pacto de manter o nível da relação política e pessoal. ?Trocamos idéias como sempre fizemos. É de nossa responsabilidade manter o nível que vem sendo mantido, com absoluto respeito entre nós?, disse. ?Foi uma conversa franca e rasgada?, acrescentou.
O candidato petista disse que não foi discutido um eventual acordo para uma candidatura única a presidente do Legislativo. Depois da reunião, o candidato do PT de São Paulo a presidente da Câmara seguiu para o Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, de onde embarcou para a capital paulista.