Por falta de segurança, a ex-ministra e ex-senadora Marina Silva (Rede-AC) e o candidato da Rede a prefeito do Rio, deputado Alessandro Molon, fizeram campanha ontem, 02, no Complexo da Maré (zona norte), sem a presença de jornalistas.
Apesar de a agenda de Molon ter sido divulgada anteontem, 1º, os jornalistas aguardaram por duas horas no local marcado, até serem avisados de que Marina e Molon já estavam na comunidade Nova Holanda.
Ela e Molon foram ao encontro dos repórteres ao sair da favela, onde visitaram a Associação Redes de Desenvolvimento da Maré. Ele disse que eles fizeram uma “visita técnica” à associação e não levaram bandeiras nem distribuíram panfletos para não caracterizar apoio da entidade à candidatura.
“Ouvimos relatos sobre a ausência da prefeitura na comunidade (…) Eles pediram que fosse tratada como uma visita técnica, não querem se vincular a nenhuma campanha”, afirmou o candidato. Dirigentes do partido de outros Estados que acompanhavam Marina e aliados de Molon que vivem na capital fluminense disseram ter ficado impressionados com a presença de criminosos armados e a venda de drogas na comunidade.
Boato
Inicialmente, integrantes da campanha foram informados de que teria havido um confronto entre facções na manhã de ontem, 02, o que não se confirmou. “A gente ouviu esse boato, mas não foi confirmado. Naturalmente, há uma preocupação com a segurança de vocês. Profissionais de imprensa, talvez, não estejam seguros numa caminhada como essa, e isso mostra a falta de presença do poder público”, disse Molon.
Havia na entrada da Nova Holanda três carros da Polícia Militar. Marina e Molon evitaram falar da presença de criminosos na comunidade. “Na prefeitura, a gente vai garantir a oferta de educação, saúde, entre outros. Segurança pública é tudo isso, a prefeitura pode fazer muito, começando pela prevenção lá na creche, na primeira infância. Quem pensa que segurança pública é só polícia não entende de segurança pública. A polícia entra em ação quando todo o resto que vinha antes falhou”, afirmou o candidato.
Marina reforçou a ideia de que a legenda decidiu não fazer campanha no local para não vincular a ONG a qualquer político. “Nossa escolha de não chegar lá com um grupo, com bandeiras, foi exatamente para não caracterizar nenhum tipo de instrumentalização do trabalho que eles fazem”, declarou.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.