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Brasília – O excesso de publicidade nos salões e arredores do Congresso e o uso de jatos alugados por candidatos a presidente da Câmara despertam desconfiança e geram protestos dos deputados. Preocupado com a reputação do Parlamento diante da falta de informação sobre a origem e o volume de recursos usados, o presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (PE), defendeu ontem uma auditoria nas contas de campanha dos candidatos à sucessão do presidente João Paulo Cunha (PT-SP).

"De onde vem o dinheiro para financiar essas campanhas? Quem está patrocinando isso?", indagou Freire. A campanha do candidato oficial do PT, Luiz Eduardo Greenhalgh (SP), é custeada pelo partido. Dos cinco candidatos a presidente da Câmara, Greenhalgh é o único que percorre o País em avião alugado em busca de votos para se eleger. O candidato dissidente, Virgílio Guimarães (PT-MG), também viajou com aparelho alugado, no início desta semana, para Porto Alegre.

"Mas nossa campanha é humilde; não é rica como a do PT. A maior parte das vezes, o candidato viaja em vôo de carreira", disse o deputado Jovair Arantes (PTB-GO), um dos coordenadores financeiros da campanha do petista mineiro. Segundo ele, os gastos da campanha são bancados pelo Movimento Câmara Forte, grupo de parlamentares que quer eleger Guimarães, que fez uma "vaquinha" entre os 50 deputados mais próximos para mandar imprimir 5 mil cartazes, painéis gigantes e confeccionar 2 mil camisetas e 4 mil canetas com propaganda do mineiro. Cada um dos deputados contribuiu com R$ 2 mil. "Já arrecadamos mais de R$ 100 mil", afirmou Arantes.

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A campanha do deputado Severino Cavalcanti (PP-PE) tem um orçamento de R$ 60 mil e também é custeada por correligionários. Segundo o deputado Benedito Dias (PP-AP), coordenador financeiro da campanha de Cavalcanti, foram gastos até agora R$ 40 mil com a confecção de dois mil cartazes, 200 camisetas, painéis gigantes e dois outdoors. "Entre 30 e 40 deputados ajudaram a campanha com dinheiro. As doações foram de R$ 1 mil, R$ 2 mil", afirmou Dias. Ao contrário de Greenhalgh e Guimarães, Cavalcanti não viaja pelo País em campanha.

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