Campanha em São Paulo entra em clima de guerra

São Paulo – A campanha para prefeito de São Paulo entrou em clima de guerra. A prefeita e candidata pelo PT à reeleição, Marta Suplicy, disse ontem que o candidato a prefeito pelo PSDB, José Serra, é “tão nefasto” quanto o adversário do PP, Paulo Maluf. Marta disse ainda que ambos utilizam métodos nefastos. A afirmação foi feita ao ser questionada se Maluf continuava sendo nefasto para ela. Na campanha de 2000, Marta chamou o candidato do PP de nefasto.

O candidato José Serra (PSDB) respondeu à declaração da prefeita Marta Suplicy (PT) de que ele seria tão “nefasto” quanto Paulo Maluf (PP) dizendo que a petista está, agora, “paparicando” Paulo Maluf. Sem citar nomes, o candidato também criticou a “campanha sórdida” que estaria sendo feita contra ele. Desde o início do mês, Maluf deixou de fazer críticas a Marta e centrou fogo em Serra, o que seria fruto de um acordo entre o ex-prefeito e o PT federal. Ambos negam.

No entanto, segundo Fátima Pacheco Jordão, consultora do Grupo Estado para análises eleitorais, o que estaria acontecendo em São Paulo é uma tentativa do PT de reviver nas eleições municipais a polarização FHC/Lula, observada na disputa presidencial de 2002. “A candidata Marta Suplicy (PT) continua colando sua imagem à do presidente Lula porque o PT tem a estratégia de reeditar uma polarização que lhes foi favorável”, disse. Ela pondera, porém, que essa reedição pode não ser bem sucedida porque o eleitor, num pleito municipal, está mais preocupado com as questões da cidade.

Segundo ela, o PT resolveu adotar a utilização da imagem de Lula neste momento porque o governo federal tem conseguido criar expectativas positivas para os brasileiros, principalmente no campo econômico. “As pessoas acham que, daqui a seis meses, haverá melhoria em questões importantes, como na renda”, afirmou.

Apesar da análise, ela continua afirmando que o presidente Lula não tem grande poder de transferência de voto. Fátima contesta a análise da pesquisa CNT/Sensus (divulgada ontem), mostrando que Lula influencia o voto de 40,4% dos eleitores. “Isto é uma questão de leitura de pesquisa. Há um dado que diz: ?você votaria com certeza em um candidato do Lula?? E esta resposta obteve apenas 15%, contra 40% dos que poderiam vir a votar em um candidato do presidente”, assinalou.

Segundo Fátima, as acusações de Paulo Maluf (PP) contra José Serra (PSDB) têm surtido efeito nas pesquisas, diminuindo para cerca de 10% a diferença nas intenções de votos entre Marta e Serra no segundo turno.

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